E no princípio era… o folclore
O primeiro Festival de Vilar de Mouros realizou-se em 1965, e era dedicado ao folclore do Minho e da Galiza. Em 1968, porém, o espetro musical foi alargado ao fado e à música de intervenção, tendo ficado para a história as atuações de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira.
Música para todos
O festival de 1971 decorreu em três fins de semana, entre 31 de julho e 15 de agosto. No primeiro, dedicado à Música Clássica Portuguesa, subiram ao palco o maestro António Victorino de Almeida, Olga Prats ou Natália Correia; no último, atuaram Duo Ouro Negro e Amália Rodrigues. Pelo meio, houve as tais duas noites históricas de “música moderna para a juventude”.
The Beatles, a sério?
A banda inicialmente pensada para a histórica edição de 1971 eram os Beatles, que entretanto acabariam por se separar. Como alternativa, pensou-se nos Rolling Stones ou nos Pink Floyd mas, devido à falta de datas disponíveis, o estatuto de cabeças de cartaz coube, assim, a Elton John e aos Manfred Mann.
Primeiras impressões
Apesar da reduzida cobertura por parte dos jornais nacionais, a imprensa internacional deu bastante destaque ao festival, organizado por “um filantropo local”. Bastante menos benevolente foi a atitude da igreja, que chegou a excomungar António Barge e toda a sua família.
Os caminhos de Caminha
Em 1971, a CP criou diversos comboios especiais para fazer a ligação entre Lisboa, Porto e Caminha. E, nos dias anteriores ao festival, foram distribuídos panfletos em todo o norte de Portugal e Galiza, a apelar à população para dar boleia aos festivaleiros.
Casting de luxo
Depois da edição de 1982, o festival regressaria apenas em 1996. Após novo intervalo de dois anos, realizar-se-ia ininterruptamente entre 1999 e 2006, altura em que passaram por Vilar de Mouros estrelas como Alanis Morissette, Sonic Youth, Iron Maiden, Beck, Neil Young, Peter Gabriel, The Cure, Bob Dylan, Joe Cocker ou Iggy Pop.