Foi uma bandeira hasteada em junho do ano passado pelo anterior governo liderado por Pedro Passos Coelho: a criação de uma Estrutura de Missão da Estratégia Integrada de Belém, liderada por António Lamas, atual presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), que aceitou este cargo, referiu então, também pela possibilidade de concretizar esta ambiciosa articulação entre jardins, museus e monumentos da zona lisboeta. O objetivo era proceder a uma utilização eficiente dos recursos urbanísticos e turísticos envolvidos, e que incluem alguns dos monumentos mais icónicos, mais visitados, e mais lucrativos: é o caso do Mosteiro dos Jerónimos, da Torre de Belém, do Museu Nacional dos Coches declinado em versão dupla. Sem esquecer o Palácio da Ajuda, o CCB, a Capela de São Jerónimo, e os museus de Arqueologia, de Arte Popular, de Etnologia, da Marinha, da Presidência da República.
O comunicado, hoje divulgado no final da reunião do Conselho de Ministros é sucinto, ao explicar a extinção da Estrutura de Missão, encarregada da elaboração do Plano Estratégico Cultural da Área de Belém: “Esta decisão justifica-se pelo não envolvimento no projeto da Câmara Municipal de Lisboa, que deve ser um parceiro privilegiado em qualquer modelo de gestão de uma parte importante da cidade de Lisboa.” Um argumento que ecoa a clara oposição ao projeto plano, e ao processo de decisão, já manifestada à comunicação social pelo ministro da Cultura, João Soares, em janeiro último.