Sorridente, sempre sorridente, Roberta Medina cumprimenta todos os jornalistas portugueses que participam numa curta visita guiada ao parque onde se realiza o Rock in Rio, no Rio de Janeiro.
O festival divide-se em dois capítulos. O primeiro decorre até domingo, 15, e inclui nomes como Beyoncé (ontem), Muse e Justin Timberlake. O segundo começa a 19 e termina a 22. Os cabeças de cartaz são Metallica, Bon Jovi, Bruce Springsteen e Iron Maiden.
Os bilhetes esgotaram há muitos meses, poucas horas depois de serem postos à venda.. Este ano, a lotação diminuiu relativamente a 2011. De cem mil pessoas por dia, passaram a 85 mil. A empresária justifica a opção com o conforto do público. “O principal objectivo é melhorar a circulação”, explica, enquanto se encaminha para a zona central do recinto. Quase 20% do público vem do estrangeiro e 40% é de fora do estado do Rio de Janeiro.
O espaço, que será a futura área de lazer dos atletas que ficarem hospedados na Aldeia Olímpica, em 2016, fica ao lado da lagoa da Jacarépaguá. Muito mais plana do que o Parque da Bela Vista, em Lisboa, a cidade do rock carioca parece mais organizada, com as áreas de patrocinadores mais definidas e a circulação facilitada pela ausência de altos e baixos.
A área dos dois parques contrasta com o tamanho dos dois países. No Brasil, são 140 mil metros quadrados. Em Portugal, 160 mil. A história é bem diferente em relação ao investimento: cerca de 45 milhões de euros no Rio, contra 25 milhões em Lisboa.
Roberta Medina responde a todas as perguntas da comitiva com simpatia e até elogia o cortamento dos espectadores portugueses em relação aos brasileiros: “São muito mais educados, não deitam lixo no chão e não fazem chichi nas paredes”.
“Lixo no lixo, Rio no coração” é o lema da campanha deste ano do festival, que quer ajudar a disciplinar o público a ser mais cuidadoso no recinto e, também, em toda a cidade. Uma equipa de 900 pessoas vai assegurar a limpeza do local onde se realiza o evento.
A vice-presidente do Rock in Rio não esconde o entusiasmo perante o futuro. Em 2015, além do regresso ao Rio, a organização espera acrescentar uma nova cidade à lista: Las Vegas, nos EUA.
“Gostávamos que fosse transmitido em direto na Times Square [Nova Iorque]!”, revela a empresária. E se Roberta sonha, é bem provável que a obra nasça…
Depois de recomendar o Rock Street, uma zona de espectáculos de rua e apresentações de bandas rock – que este ano conta com uma recriação do último concerto dos Beatles no topo de edifício da Apple Corps, em Londres – a cicerone da visita confessa que se prepara para fazer uma tatuagem num dos patrocinadores do evento. “Ainda não sei o que é, mas será uma homenagem à minha filha”, conta, enquanto procura no telefone uma fotografia da bebé para mostrar à comitiva. Sempre com um sorriso no rosto.