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Apesar da indiferença dos media nacionais, talvez porque quase como sempre, não há nenhum filme português entre os nomeados é preciso lembrar que os EFA são muito importantes, porque são os equivalentes na Europa, aos Óscares de Hollywood. São os principais galardões da indústria europeia de cinema. Uma indústria que está cada vez mais globalizada com filmes produzidos dos dois lados do Atlântico, com muitas co-produções. No entanto, o objectivo destes prémios e desta cerimónia tão bem produzida e com tanto glamour como os Óscares, é de certa forma dismistificar, essa imagem elitista deste cinema europeu multinacional. Há filmes entre os nomeados que estiveram nos Óscares, como por exemplo ‘O Discurso do Rei’. Mas diga-se em boa verdade, que se trata de uma acção de promoção e apesar dos esforços de vinte e quatror anos, nem sempre muito bem conseguida pela Academia Europeia. Isto, numa indústria que só no conjunto dos 27 países da União Europeia, produz quase dez vezes mais filmes que a indústria de Hollywood. E que tem um formidável star system de actores e realizadores, que não ficam nada atrás dos americanos, onde se destacam entre os nomeados, realizadores e filmes, como Pedro Almodóvar, Lars Von Trier (‘Melancholia’ é o recordista com oito nomeações), os Irmãos Dardenne, Tom Hooper (‘O Discurso do Rei’), entre outros; e com estrelas que vão desde a americana Kristen Dunst à francesa Charlotte Gainsburg passando pelo veterano Michelle Picolli, que brilhou na figura de Sua Santidade em ‘Habemus Papam’, de Nanni Moretti. Uma verdadeira parada de estrelas vai estar pois em Berlim, numa cerimónia muito bem produzida do ponto de vista do espectáculo e que é fechada geralmente com um emotivo discurso a puxar pelo cinema, do grande cineasta alemão Wim Wenders, actual presidente da Academia Europeia de Cinema.
Realmente tanto os media como o grande público consideram o cinema europeu elitista e pouco acessível aos espectadores: um cinema relegado a uma categoria de filmes de autor e limitado apenas aos temas e ao género do drama social e intimista. Esta opinião generalizada que marca a maioria dos espectadores, não é de todo injusta e despropositada em relação aos filmes. Mas é preciso não esquecer que existem igualmente autores na indústria americana: quem poderá contrariar a ideia de que Clint Eastwood, Steven Spielberg ou Martin Scorcese não são cineastas-autores e que eles próprios não realizam dramas sociais?
Por isso, os EFA, pretendem mostrar precisamente que essa diversidade existe igualmente no panorama do cinema europeu, uma cinema singular, não uniforme, nem limitado nos temas, nem às culturas de cada país. O cinema europeu têm na verdade universalidade, nas suas múltiplas formas e géneros: dramas sociais, filmes de suspense, comédias extravagantes, biopics, filmes históricos e tantos outros sub-géneros. A grande riqueza do cinema europeu está precisamente na forma como um realizador ou um cineasta sueco, hungaro ou português dá um enfoque diferente aos mais variados temas. Por isso há que continuar a promover os EFA, que são em si uma forma de mostrar essa riqueza criativa. Mas os EFA, não são apenas uma simples entrega de prémios. Tem proporcionado ainda um excelente ponto de encontro entre jornalistas, profissionais de cinema e do audiovisual e constituído uma plataforma que tem favorecido a colaboração, desenvolvimento, inspiração de todos os agentes do sector para novos projectos. Novamente no próximo sábado vai ser mais uma Grande Noite para o Cinema Europeu.