Ele criou o Google Earth, liderou o Google Maps e explica-nos como está a construir os mapas do futuro

Crédito: Harry Murphy / Web Summit via Sportsfile

Brian McClendon domina, como poucos, o tema dos mapas digitais – área na qual tem mais de 40 patentes registadas em nome próprio. Aliás, a casa de infância de McClendon, na cidade de Lawrence, nos EUA, era o ponto central pré-definido no Google Earth quando os novos utilizadores abriam a ferramenta pela primeira vez. Além de ter ajudado a criar o sistema que mudou a forma como vemos, pesquisamos e conhecemos o mundo, liderou durante dez anos o Google Geo, a divisão da tecnológica americana responsável pelos serviços Maps, Earth, StreetView e Waze, entre outros. Na Uber, mais tarde, foi vice-presidente da divisão de mapas da gigante da mobilidade. Mas é numa empresa muito diferente, na Niantic Labs, que está a criar aquela que acredita ser uma nova geração de mapas, muito mais realistas e imersivos. Senhoras e senhores, bem-vindos à era dos grandes modelos geoespaciais

Rui da Rocha Ferreira

Dá gosto entrevistar pessoas como Brian McClendon. É daqueles que não demora um segundo a dar uma resposta. Não por ser impulsivo, mas por ser um dos maiores especialistas do mundo em tecnologias de geolocalização e posicionamento visual e por ser, verdadeira, apaixonado por este tema. Quando estes dois elementos se juntam e a pessoa na qual convivem está a trabalhar numa das tecnológicas com uma das maiores e mais completas bases de dados de localizações do mundo (obrigado Pokémon Go !), parece que não há limites para as suas ambições de engenharia. E é isso mesmo que a Niantic, sob o leme de Brian, está a magicar – mapas mais realistas e imersivos, um sistema de posicionamento tridimensional que pode fazer o GPS parecer uma tecnologia do passado e, não menos relevante, a criação daqueles que podem ser os ‘olhos’ de uma superinteligência artificial no mundo físico.