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Costumo começar habitualmente estes balanços e crónicas de um festival de cinema por: ‘O júri constituído por….’; mas desta vez fui uma das ‘figuras’ que constituí o Júri Internacional, (além da reconhecida Ana Isabel Strindeberg, programadora e ex-directora do DocLisboa e do cineasta/biólogo/ambientalista brasileiro Pedro Barbosa), daí a dificuldade em apresentar uma crónica diária do CineEco 2012. Foi a primeira vez que fui ao CineEco, e mesmo que para o ano não seja convidado para júri irei certamente como público e para fazer a cobertura jornalística. O CineEco 2012 proporcionou-me além dos grandes momentos de cinema de temática ambiental (sou um leigo nas questões ambientais!!!), a (re)descoberta da Serra da Estrela, um fantástico acolhimento da cidade de Seia, (das lojas às entidades oficiais que financiam este Festival)que fiquei com muita vontade de regressar. É pena que o público local não adira em massa ao festival (só na abertura e no encerramento apareceram as ‘forças vivas da cidade’), tendo em conta que há muito potencial e uma Escola de Hotelaria e Turismo por perto, com alunos residentes que vem de todos os pontos do país. Quanto às decisões do júri internacional, a unanimidade de escolhas raramente existe. Mas dentro da especificidade de cada um dos seus membros não foi muito dificil chegar a consensos, quantos aos filmes a premiar nesta edição do CineEco 2012.
O FUTURO ESTÁ NO CAMPO
O júri decidiu atribuir o Grande Prémio Ambiente do CineEco 2011 a ‘O Tempo das Graças, de Dominique Marchais, pois é um filme que não cede à complexidade dos problemas, nem a linguagem cientifica. Transmite-nos pois com poesia e clareza, uma reflexão e uma mensagem de esperança nas grandes questões da biodiversidade. Na agricultura de pequena escala contra as grandes culturas extensivas e o agro-negócio, pode estar em parte, uma das grandes alternativas para um futuro mais justo e equilibrado. Numa altura em que com a evolução tecnológica, se começava a falar do nuclear, como uma energia limpa e segura, o acidente na central japonesa de Furuskima, vem alertar-nos que afinal não é bem assim. Por isso o júri premiou ‘Sob Control’ de Volker Sattel, pela oportunidade que nos dá de reflectir sobre esta questão (embora tivesse sido terminado antes da catástrofe nuclear japonesa), destacando ainda uma extraordinária obra documental (com uma excelente construção cinematográfica e beleza formal) e uma investigação muito angustiante, sobre os bastidores, passado e futuro da energia nuclear. A singularidade de ‘Angst’, de Graça Castanheira, um filme português, muito pessoal, que reflecte nas grandes questões existenciais e ambientais de hoje, recebeu uma menção honrosa. ‘Um Mundo para Si’, do francês Yann Sinic foi seguramente uma das grandes obras apresentadas neste festival, que aliás complementa muito bem o filme vencedor (‘O Tempo das Graças’) nas longas-metragens! É filme muito belo, com uma profunda e nostálgica reflexão sobre a vida moderna. E depois é uma visão do mundo muito pessoal, quase uma espécie de uma busca de um tempo perdido, agora a questionar a possibilidade e esperança de um futuro melhor e mais sustentável. O júiri atribui-lhe o Prémio Comunidades Sustentáveis de Curta-Metragem. Nesta secção ‘Casus Belli’, do grego Yorgos Zois é um filme muito expansivo e absurdamente divertido, aliás como a maioria do cinema grego da actualidade. E por isso mereceu uma menção honrosa, pois trata na sua essência do tema do consumismo, directamente ligado ao desperdício e à questão sócio-ambiental. Destaque ainda para a sua originalidade e estrutura cinematográfica.
OS HOMENS E A CIDADE
‘Cidades Aceleradas: Bagotá em Mudança’, do dinamarquês Andreas M. Dalasgaard é um filme que todos os politicos, presidentes de câmara das cidades (grandes e pequenas), devem obrigatoriamente ver! O júri atribui-lhe sem hesitação o Prémio Antropologia Ambiental. Chamo a atenção para que ‘Cities On Speed’, no original é um projecto do The Danish Film Institute, que compreende quarto filmes (‘Bogotà Change’, ‘Mumbai Disconnected’, ‘Cairo Garbage’, ‘Shanghai Space’) que abordarei aqui em breve. Num dia tão especial como o de sábado passado, em que os cidadãos europeus se manifestaram ‘indignados’, nas grandes capitais europeias, contra um decréscimo da sua qualidade de vida, este filme e este prémio têm algo de simbólico. O filme demonstra que acima de tudo a vontade política é fundamental para criar cidadania e alterar comportamentos nos indivíduos. De forma a torná-los nos principais agentes da mudança, da melhoria do meio-ambiente e das políticas sócio-ambientais nas cidades e nos países. Igualmente neste contexto ‘Itália Inacabada’, do franco-italiano Benoit Felici recebeu uma menção honrosa pela sua irónica elegia à capacidade que o homem tem de por vezes de perceber a descontinuidade das obras públicas e a criatividade de adaptar os seus erros contra o meio ambiente e a cidadania.
A CIDADE ECOLOGISTA
Na verdade, Seia é talvez a cidade portuguesa mais adequada para a realização de um festival de cinema ambientalista e ecológico. No entanto, a diversidade e beleza da cidade e das paisagens que a circundeiam, bem como o património, a gastronomia e a cultura, constituem igualmente motivos de grande interesse para uma visita turística, sem ser só no CineEco. Seia fica situada no sopé da Serra da Estrela, onde no inverno é possível esquiar e praticar os vários desportos de inverno. Fica perto de um conjunto de vilas e aldeias de montanha, (Loriga, Sabugueiro, Vide, entre outras), inseridas no ambiente natural da Serra da Estrela (com trilhos, lagoas e lagoachos), que podem ser pontos de partida ou chegada (depende se queremos descer ou subir) para conhecer melhor região e percorrer itinerários de caminhadas e outros de desportos da natureza (escaladas ou bicicleta de montanha ou um simples mergulho para refrescar). O conhecimento e a ampla preservação do património ambiental da Serra da Estrela faz-se em Seia, através do CISE-Centro de Interpretação da Serra da Estrela, uma excelente infra-estrutura que desenvolve um conjunto de actividades educativas de divulgação ambiental, investigação e promoção turística. Um local onde é possível com a devida antecedência reservar um guia especializado, nas várias áreas do conhecimento (geologia, fauna e flora) para melhor conhecermos o maciço montanhoso. A cidade tem um conjunto de equipamentos museológicos e de lazer que vale a pena igualmente visitar: Museu do Brinquedo, Museu Etnográfico, Museu da Electricidade (um excelente retrato da evolução do aproveitamento hídrico na região) e por último um Museu do Pão, espaço expositivo de retrospectiva histórica deste alimento, que possui ainda um excelente restaurante onde são servidos pratos tradicionais e os mais ricos manjares da região: queijo (amanteigado) da Serra da Estrela, requeijão, pão, broa, bolo negro de Loriga, vinho enchidos e cabrito. Mas em termos de comida não é o único a oferecer o melhor da gastronomia serrana: desde o restaurante da Quinta do Crestelo (onde ficamos alojados) ao moderno Espaço Ego, uma esplanada com uma belíssima vista, há mesmo muito por onde escolher. Há ainda um conjunto de equipamentos culturais que são importantes pontos de atracção como a Casa das Artes, a Biblioteca e principalmente a Casa Municipal da Cultura, um espaço de exposições com auditoria, onde foram exibidos a maioria dos filmes do CineEco.