Depois da curta de Manoel de Oliveira gerar como sempre grande afecto do público e da crítica, foi a vez de ‘A Espada e a Rosa’, de João Nicolau estrear na secção Orizzonti. Na verdade as coisas não correram bem para o filme português e primeira longa-metragem do realizador. Primeiro porque na sessão das 21h30 que conta habitualmente com a presença do elenco e do realizador estava com muito menos do que meia-casa. E aos poucos foi-se esvaziando. Não se de percebe porque o cinema português não desperta o interesse dos filmes romenos ou dos gregos. Primeiro porque começou com mais de meia-hora de atraso devido a problemas no arranque (por duas vezes) do genérico da Mostra. Depois passou a curta-metragem The External Word a concurso. ‘A Espada e a Rosa’ até arrancou bem e com inesperados aplausos após a desgarrada inicial do protagonista Manuel Mesquita com o fiscal das Finanças. Mas depois é um filme sem consequências que não vai a lado de nenhum e por isso a sala foi esvaziando. O início é muito parecido com ‘Rapace’, a curta-metragem do João Nicolau. Tudo o resto é um filme de escuteiros e uma aventura de amigos a borda da caravela Vera Cruz, que fazem aluzões e reflexões sobre o universo que não chega a lado nenhum. E curiosamente até se parece a ‘Cara que Mereces’, de Miguel Gomes. Podia-se chamar tanto ‘A Espada e a Rosa’ como o ‘Jardim da Celeste’. 13 Assassins, do mestre do terror Takashi Miike é um excelente filme de samurais que abriu a Competição de hoje. Baseado numa anima japonesa e um remake de um clássico de Eiichi Kudo de 1963 é talvez a mais tarantinesca versão do mestre japonês com destaque para a batalha final que é espectacular do ponto de vista cinematográfico. Por último e com a festa quase acabar passou mais um filme italiano com o sugestivo título ‘La Solitude dei Numeri Primi’, de Saverio Costanzo. Mais um filme qe não vai fazer história nesta Competição, porque é um sucedâneo televisivo à pior das escalas, adaptado infelizmente de um excelente romance que merecia melhor transposição para o ecrã.
O DIA DE PORTUGAL
Foi o dia da estreia dos filmes portugueses, mas não correu nada bem para 'A Espada da Rosa', de João Nicolau que não despertou grande interesse na sessão nem na conferência de imprensa. Manoel de Oliveira como sempre tem os seus admiradores habituais e é sempre um acontecimento em Veneza.
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