Depois da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, esta terça-feira foi a vez de a Entidade Reguladora da Saúde abrir um inquérito ao atendimento, na segunda-feira, no hospital das Caldas da Rainha a uma mulher com hemorragia, após sofrer um aborto espontâneo, e que terá visto negada a assistência.
Com a urgência de obstetrícia encerrada, a mulher foi atendida após insistência do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e dos bombeiros. O caso foi divulgado ao início da tarde de segunda-feira pela TVI.
Em declarações à Lusa, o comandante dos bombeiros de Caldas da Rainha, Nelson Cruz, explicou que às 07:21 uma ambulância da corporação foi acionada pelo CODU para socorrer uma mulher, de 32 anos, que estava frente à urgência do hospital de Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, dentro do carro. “A senhora tinha tido um aborto espontâneo, tinha o feto com ela dentro de um saco e estava com muitas hemorragias, dentro do veículo particular”, adiantou o responsável.
Nelson Cruz relatou ainda que “o CODU deu a possibilidade de irem para a Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, mas o colega alertou que a senhora estava com uma hemorragia tão abundante que não ia ser fácil chegarem […] em segurança sem terem um apoio diferenciado, porque são 130 quilómetros, mais de uma hora de caminho”. “Se estamos perante uma pessoa que acaba de ter um aborto e que está com uma hemorragia abundante, naturalmente que não conseguimos dentro de uma ambulância controlar uma hemorragia interna e essa vítima, em pouco tempo, a perder sangue dessa maneira, tem a vida em causa”, sublinhou, segundo a Lusa.
A mulher acabou por ser atendida meia hora depois.
Em comunicado, a Unidade Local de Saúde (ULS) Oeste nega que o hospital tenha recusado atender a utente: “Temos registo que a utente apenas entrou no hospital às 08:04 de hoje, tendo sido de imediato admitida. Em momento algum foi recusada a sua admissão, nem temos registo de várias insistências para admissão.