Os principais suspeitos da maior burla online em Portugal, revelada pela VISÃO, foram, esta terça-feira, condenados pelo Juízo Central Criminal de Lisboa a penas de prisão efetiva, entre os 8 e os 14 anos de cadeia. Após a leitura do acórdão, arguidos, polícia e algumas pessoas que se encontravam na assistência envolveram-se em confrontos, os quais só terminaram com a chegada de um reforço policial.
Segundo a acusação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, entre 2009 e 2014, Luís Felício convenceu Francisco Alvarenga, cidadão brasileiro, com quem viria, em 2019, a montar o esquema de burla, conhecido por phishing. Numa primeira fase, descreve a acusação do DCIAP, “atuaram sozinhos”, mas rapidamente perceberam que teriam de recrutar mais pessoas para a “firma”, expressão utilizada por um dos recrutadores, Fábio Semedo, numa escuta telefónica. Aliás, os vários intervenientes no esquema de burla até tinham designações para Francisco Alvarenga, o “patrão”, e para Luís Felício, o “sócio do patrão”. A rede contava ainda com Gilmara Marinho (a “dona da cena”), a quem competiria “coordenar a atuação” de outros recetadores de “mulas”, como Adriana Ferreira, Eliana Cardoso e Nuno Bandarra, além Fábio Semedo.
Esta terça-feira, um coletivo do Juízo Central Criminal de Lisboa condenou Luís Felício a 14 anos de cadeia, Luís Alvarenga – que se encontra no Brasil – a 13 anos, Gilmara Marinho, 9 ano (que se mantêm em prisão preventiva), e Adriana Ferreira, 8 anos. Por sua vez, outros intervenientes no grupo, como Eliana Cardoso, Nuno Bandarra e Fábio Semedo foram condenados também a oito aos de cadeia. A estes três últimos arguidos – que se encontravam em liberdade – o tribunal decretou a prisão preventiva. Às cerca de 100 pessoas identificadas como “mulas”, isto é, disponibilizaram as suas contas bancárias para a circulação de dinheiro, a troco de uma comissão, o tribunal decidiu condena-las a três anos de cadeia, com pena suspensa por igual período.