Arrendar uma casa é cada vez mais comum, é cada vez mais a solução para ter um espaço próprio, aquele refúgio de repouso, o Lar de cada Família. A insegurança, a instabilidade, o não fazer quaisquer planos de futuro, futuro esse em que (fatalmente) não se acredita. A realidade são os cortes, o desemprego, as falências, o ficar à mercê de ajudas (familiares ou outras), um trabalho efémero que se ‘agarra’ sem sequer pensar.
Por outro lado, há o rosto da oferta, há as casas, os fogos, os apartamentos que não estão ocupados, vendidos, livres. Acrescem as casas de todos aqueles que foram ‘forçados’ a sair da sua zona de conforto, deixar as suas famílias, os seus amigos, os lugares que costumam frequentar todos os dias e.. também nos tempos de repouso, aos fins de semana, férias, etc.. Todos aqueles, todas aquelas Famílias que se vão embora (não sabem por quanto tempo), deixam para trás uma casa, uma responsabilidade, um empréstimo por pagar e que fatalmente se vence no dia não sei quantos de cada mês, passo a passo, todos os meses.
A oferta é assim (ainda) maior. As leis do mercado, seja ele qual for, regem-se pela oferta e pela procura. Ora, do lado da oferta, o crescimento é exponencial, casas novas ‘virgens’, casas devolutas e sem inquilinos, casas de pessoas que foram obrigados, forçados a emigrar a bem da necessária sobrevivência. Do lado da procura, tanta e tanta gente, um pouco por toda a parte, famílias desfeitas, sem lar, entregaram as suas casas aos bancos hipotecários, sem dinheiro para pagarem as suas casas, hipotecadas e transferidas para os bancos. Do lado da procura, toda esta ‘gente na rua’, está na fila dos que precisam de arrendar uma casa.
A oferta é a que se vê, a procura existe, é uma realidade sustentada. Os preços baixam e, perdem-se na necessidade de assegurar o pagamento mensal das casas arrendadas; contratos, fiadores, valores seguros. A APEMIP (Assoc. dos Profissionais de Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal), com o seu IMC (Inquérito mensal de Conjuntura) afirma que o tempo médio de arrendamento é de 4 a 6 meses e que os valores de arrendamento se situam entre os 300 e os 500 Euros. Enquanto isto há os custos fixos de condomínio, IMI’s, não baixam nem ‘perdoam’.