Na etimologia, nem sempre é fácil associar-se o nascimento de uma palavra a uma pessoa em concreto. Mas, como em tudo, existem exceções. Um dos casos conhecidos é o substantivo “pandemónio”, usado para descrever uma grande confusão ou balbúrdia, mas que nasceu com outro significado. O termo foi criado pelo poeta inglês John Milton (1608-1674), no seu épico de dez cantos Paraíso Perdido, publicado pela primeira vez em 1667. O escritor serviu-se da palavra grega “pan”, que significa “todo”, e da palavra latina “demonium”, que pode ser traduzida por “espírito do mal”, para designar um lugar onde habitam todos os demónios, sob a liderança de Satanás – curiosidade extra: em grego, a palavra “daemon” está relacionada com poderes sobrenaturais, sendo algo divino, tanto associado ao bem como ao mal.
Em jeito resumido, este “pandemonium”, seria uma espécie de capital do Inferno, uma palavra que, lê-se num artigo do site norte-americano Mental Floss, aparece por oposição ao “panteão”, o lugar de todos os deuses. Em boa verdade, esta não foi a única palavra que o mundo herdou do poeta inglês, que também escreveu pela primeira vez as palavras “unoriginal” e “fragrance”. De acordo com um artigo do The Guardian, ele foi responsável por acrescentar 630 palavras à língua inglesa, muitas delas depois adotadas (e adaptadas) pelos portugueses.
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