A verdadeira história do meme do caixão

A verdadeira história do meme do caixão

Por Sara Xavier Nunes

Durante a quarentena e o isolamento social, o mundo uniu-se e refugiou-se na internet: partilharam-se notícias, músicas, apelos, comentários, reações e memes, para alegrar os dias mais cinzentos. E a imagem piadética que mais foi usada e adaptada durante esta quarentena foi o “meme do caixão”. Já o viu, de certeza, dezenas de vezes.

Normalmente este meme aparece com duas partes. Uma primeira parte onde existe uma ação ou um ato, de perigo iminente, que é suspenso na ‘hora H’, fazendo uma transição para a segunda parte, onde um grupo de homens, vestidos a rigor, dançam e fazem malabarismo com um caixão ao ritmo da música eletrónica Astronomia, do Vicetone & Tony Igy. O meme passa a ideia de que a situação apresentada na primeira parte não acabou nada bem.

[facebook url=”https://www.facebook.com/memedocaixa/videos/525012438379669/”/]

O meme correu o mundo, esbatendo barreiras culturais e fronteiras. Em Portugal, como o vídeo foi tão partilhado e conhecido por muitos, a Guarda Nacional Republicana utilizou-o para alertar os cidadãos dos riscos do novo vírus e a sugerir que dancem em casa.

[twitter url=”https://twitter.com/GNRepublicana/status/1249715771871244291″/]

Mas afinal, já se perguntou qual a origem destas imagens?

As primeiras ‘montagens’ deste meme surgiram na aplicação Tik Tok em fevereiro deste ano, mas o vídeo  original do grupo de homens a dançar com um caixão já existe desde 2017 e foi gravado na Républica do Gana. Neste país, assim como em várias regiões do continente africano, faz-se nas cerimónias fúnebres um celebração da vida do defunto. O cenário assemelha-se mais a um batismo do que a um velório, o que causa uma certa estranheza, resultando como uma sátira à nossa realidade.

Benjamin Aidoo, um transportador de caixões profissional ganês (denominado pallbeares), e figura central no vídeo, foi quem inventou a coreografia, que foi criada para trazer mais alegria aos funerais africanos. Numa entrevista dada à BBC em 2017, o líder do grupo de pallbeares, declara que cada cerimónia é realizada de forma personalizada a cada cliente.

“Quando um cliente entra em contacto connosco, perguntamos: Quer algo mais solene ou um pouco mais teatral? Ou preferem uma coreografia?” disse Benjamin. “É só pedir que nós fazemos”.

Aidoo, que é pallbearer desde 2007, explica que optou por adicionar coreografias e músicas alegres assim como trajes e sapatos mais coloridos para esta celebração da vida, de modo diferenciar-se da concorrência.

As cores que estes homens usam são escolhidas pela família – preto no caso de cerimónias mais sóbrias, branco ou vermelho para festas – e há ainda a possibilidade de contratar figurantes para dançar ou chorar. No Gana, onde uma grande percentagem da população vive abaixo do limiar da pobreza, há quem gaste até 15 mil euros para as celebrações fúnebres.

Apesar de o meme estar a ser um sucesso em todo o mundo, o negócio de Benjamim está temporariamente suspenso devido à pandemia do Covid-19, depois de o Presidente do Gana a proibir todas as reuniões e celebrações publicas desde março, onde os enterros e funerais estão limitados a 25 pessoas.

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