“Vivia de queijos e vinhos”, disse um dia Diana Mello ao marido, Tiago Pinto Carneiro, enquanto jantavam. E quem nunca proferiu frase semelhante? Pois para o casal a afirmação foi suficiente para abrir uma boutique de queijos. Queijos de topo, note-se, alguns portugueses, mas muitos europeus. Fizeram uma formação na Acedemy of Cheese, desafiaram outro casal amigo, Duarte e Ana da Conceição a juntar-se ao negócio e, em junho de 2021, estrearam a marca na Avenida de Sabóia, no Monte Estoril. No final de outubro a loja chegou a Lisboa, com uma seleção criteriosa de queijos de diferentes pastas, escolhidos em feiras alimentícias pela Europa fora. “Vamos com frequência a Rungis, reunir com produtores, provar queijos, escolhê-los”, conta Tiago, em referência a um dos maiores mercados de comida, localizado à entrada de Paris.
Enquanto ávidos consumidores de queijo, garantem que tudo aquilo que entra nas câmaras expositoras é provado, tanto pelos sócios como pelos colaboradores da casa. “Queremos dar uma grande multiplicidade de experiências a quem nos visita”, explica Tiago. Há, inclusive, uma mesa no interior e duas de esplanada para o efeito. Quanto à seleção, no total têm 300 referências, mas nem todas à venda em simultâneo. “Agora andam entre os 70 e os 150”, além de fazerem maturações e afinações na casa-mãe. Apostam em queijos certificados nos vários países, em pastas com leite cru, de produtos que tenham fatores diferenciadores.
Portugal está bem representado com queijos vários como o Terrincho DOP, o Queijo da Serra, o de Seia com cura prolongada, com um queijo amanteigado do Pico, o Ilha dos Mistérios, ou o de cabra da Casa Pratas. Mas a proximidade ao Mercado de Alvalade, com a qual não querem competir, faz com que também apostem em queijos internacionais, de países como a Holanda, a Suíça, a Itália, França ou Espanha. Há Beaufort, Parmigiano-Reggiano, Saint Nectaire, Comté de 36 meses de cura, Brie de Meaux com trufa, Crottin, XV Pic du Blancs, entre outros, vendidos a peso ou à unidade. Mais: é possível pedir que façam uma caixa com diferentes queijos, consoante um valor ou gosto previamente conversado.
E porque na premissa deste negócio vinha também a palavra ‘vinho’, há um conjunto de complementos de mercearia fina, que podem servir para comer (ou não) com os queijos. Exemplos dos vinhos e espumantes, das bolachas e tostas, das mostardas, dos escabeches de perdiz e dos chutneys, mas também de tábuas, facas – muito material da marca holandesa Boska – máquinas de raclettes e umas bonitas mosqueiras, caixas de rede, tradicionais portuguesas, para armazenar queijo. Perfeito para quem quer viver de queijo e vinho.
Rua Luís Augusto Palmeirim, 1E, Lisboa / seg 12h-20h, ter-sex 10h30-20h, sáb 09h-20h