Trinco
Francisco Leitão encantou-se com o mundo das pedras preciosas numa visita a uma loja-oficina no Sri Lanka. O país onde estava a trabalhar na altura é conhecido pelas safiras e, depois de ter entrado para comprar um presente, passou a visitar a loja e a família à frente do negócio com alguma frequência. “Descobri pedras de todas as cores, é incrível a diversidade.” Quando voltou para Portugal, trouxe algumas safiras, mostrou aos amigos e percebeu que havia aqui espaço para fazer algo novo. “Sempre tive algum ímpeto criativo, mas nunca quis forçar uma ideia.” Só que, de certa maneira, o sucesso das pedras levou-o a reconsiderar. “E pensei em criar uma marca mais provocadora, mais moderna, mas com um lado clássico. Como diz uma amiga minha, ‘são as joias que não chegámos a herdar’”, brinca. Fez então nascer a Trinco, com colares, brincos e anéis, com os preços a começar nos €110. “O valor de uma safira é determinado por diferentes fatores: pelo corte, o tamanho, a claridade.”
As peças são feitas no Sri Lanka, na mesma oficina onde Francisco, atualmente a viver em Portugal, as descobriu, são unissexo e vivem, diz o próprio, de contrastes. “Eu sempre vivi nesse limbo e a marca espelha isso mesmo. A comunicação da marca é kinky, mas o design é mais tradicional, sem cair no banal.” A marca foi oficialmente lançada em novembro passado e tem vendido também para homens. “Ser unissexo não é um statement político, é uma questão de simplicidade da proposta. Tradicionalmente são mais as mulheres que compram, mas porque não entrar no mundo masculino?”
Continua a trabalhar em marketing, a fazer a Trinco enquanto hobby, e usa essa “falta de formação”, para manter a marca bem autêntica, com uma abordagem moderna ao mundo da ourivesaria. “Inexplicavelmente sou eu que desenho as peças, mas depois acabo por bater bolas com o fornecedor do Sri Lanka até chegar à versão final.” Para o Dia dos Namorados, lançou uma coleção original, fotografada por Francisco Hartley, só com frutos e legumes. “Tenho a sorte de estar rodeado de pessoas com talento, que me ajudam a construir a marca aos poucos.” Se a primeira coleção era mais clássica e consensual, esta vai por um caminho mais irreverente. “Gosto do inesperado.” E nós esperamos mais notícias da Trinco.
As peças vendem-se online em www.trinco-studio.com
Esquivel Jewellery
O corpo humano é a espinha dorsal do trabalho de joalharia de Sofia Esquivel, que joga com a ligação à arquitetura para criar peças únicas e originais. A marca Esquivel Jewellery nasceu há um ano, mas a página de Instagram tem mais tempo, “era uma página pessoal onde ia colocando fotografias deste meu hobby”, conta à PRIMA. Formada em Arquitetura, mudou-se para Londres em 2015, onde se aproveitou do caldeirão cultural e criativo da cidade para experimentar de tudo um pouco, entre a arquitetura, a cenografia e joalharia. “Trabalhava num coletivo de artistas e designers com quem fazia espaços para marcas e, em pós-laboral, tirei um curso de joalharia. E comecei a usar todas as ferramentas do meu trabalho para desenhar as peças: tal e qual como um edifício.”
De volta a Portugal, o hobby tornou-se sério, e as suas peças de design, que sempre imaginou “usáveis” e “vestíveis” tornaram-se na Esquivel Jewellery, uma marca sem género e muita geometria. Tem algumas peças de coleções estanques, outras personalizáveis – a última que fez foi um alfinete de gravata inspirado no Panteão romano – e até um pendente de colar com as diferentes letras abecedário (todas distintas entre si). Entre brincos, colares, anéis ou alfinetes de lapela, as joias são todas em prata ou em prata com banho de ouro, algumas com incrustação de safiras. “Há sempre um edifício que serve de inspiração [exemplo do Barbican, em Londres] e o desenvolvimento do design é baseado em maquetas 3D, feitas à mão. Quando passo para o material mais nobre, sei bem o que vou fazer e não há tanto desperdício.
Sofia mora entre Londres e Lisboa e tem as peças nas duas cidades. Vende online, mas também na loja da Portugal Manual, no CCB, e na loja da Casa da Arquitetura, no Porto, com valores que começam nos €75. “Em vez de coleções, prefiro lançar poucas peças ao longo do ano. Só avanço se estiver muito certa.” E isso nota-se no detalhe do seu trabalho.
As peças estão em www.esquiveljewellery.com
MUSA Jewels
É a marca mais recente desta lista, mais nova ainda que o bebé de Isabel Tavares, o ‘empurrão’ necessário para avançar com uma ideia que até já tinha uma conta de Instagram, só lhe faltava era produto para venda. “Agora consegui ter tempo e começar a produzir”, conta. Aos 34 anos criou a MUSA Jewels, uma marca de brincos feitos em FIMO (aquela massa modular que tantos usaram na adolescência), alguns com aplicações de titânio banhado a ouro. Formada em design e artes gráficas, fez um workshop de joalharia quando era mais nova, mas foi só agora, enquanto está em licença de maternidade do trabalho que tem numa empresa de restauração, que se dedicou a este hobby. “Lembrei-me do FIMO e comecei a pesquisar algumas técnicas, fiz uns cursos online e comecei a criar”, explica. Depois de ter feito alguns modelos para uso próprio, lançou a sua MUSA Jewels, nome escolhido com as três irmãs, por ter uma sonoridade que fica no ouvido – “tem a ligação de usa musa’. Com algumas cores pastel ou mais quentes, como o nude e o verde seco, tem também modelos lilás, encarnados, verde água, azul navy ou pretos, alguns apenas em FIMO, outros com as aplicações de flores ou pétalas em titânio, que encomenda e depois junta aos brincos, todos feitos à mão. As vendas fazem-se via Instagram, com preços que andam entre os €10 e os €24 e, apesar da tenra idade, Isabel já tem várias encomendas.
Veja mais em Instagram @musa__jewels
Portugal Jewels
Last but not least, a Portugal Jewels apresentou recentemente a coleção Marcassites, uma ode à antiga joalharia portuguesa, com várias peças feitas com recurso ao mineral marcassites, uma pedra que, explica à PRIMA fonte da marca, tem uma característica única: “apesar de ser opaca e escura, quando é lapidada ganha reflexos metálicos. Daí que ao ser aplicada numa joia de prata fique com um aspeto semelhante a lascas de diamante e ganhe um brilho surpreendente.” No ADN da Portugal Jewels está o regresso à ourivesaria tradicional portuguesa, com uma abordagem mais contemporânea, e esta coleção não foge à regra. “As joias com marcassites são um símbolo da elegância clássica que remonta à joalharia portguesa do século XVIII.” E foi ela que serviu de inspiração para a criação de alfinetes em forma de laço, de brincos à Rei e Rainha, de colares em tiara, de travessas para o cabelo, de brincos em estilo vintage ou de colares de cruzes. Estas joias, explica a marca, “são conhecidas desde a antiguidade, mas tornaram-se bastante populares no século XIX, durante época vitoriana em Inglaterra. Foram também alvo de grande interesse por parte dos artistas do movimento Art Noveau, que as associaram a temas naturalistas.” Com preços que começam nos €39, as peças da Portugal Jewels estão à venda online, com entregas no próprio dia em Lisboa, Oeiras e Cascais.
Veja mais em www.portugaljewels.com