Foram três painéis de discussão com 14 oradores nacionais e estrangeiros das mais variadas áreas de atividade (setor automóvel, produção de energia, tecnologias de informação, mobilidade multimodal e atividade seguradora, por exemplo) que a Nissan organizou durante o Fórum Nissan, que conta agora com seis edições.
A fabricante reafirmou o compromisso de uma mobilidade cada vez mais sustentável e apresentou os novos modelos elétricos que vai trazer para Portugal, e revelou ainda os investimentos para o desenvolvimento do ecossistema elétrico indispensável para a massificação desta modalidade. A empresa relembra que, em 2010, Portugal foi o primeiro país da Europa (e um dos três do mundo) a ter o primeiro automóvel 100% elétrico de produção em massa, o Leaf. Agora, 12 anos volvidos, “não restam dúvidas de que o futuro da mobilidade passará por uma cada vez maior eletrificação e, inclusive, suportada por decisões políticas com calendários bem definidos para o abandono, na Europa, das motorizações térmicas convencionais”, afirma a Nissan em comunicado.
Antonio Melica, diretor-geral da marca em Portugal, anunciou o objetivo de realizar 75% das vendas em 2026 de versões eletrificadas, na Europa, e abandonar exclusivamente as motorizações térmicas até 2030. Já no próximo ano, chegam os 100% elétricos Ariya e o Townstar EV.
A UVE – Associação de Utilizadores dos Veículos Elétricos – esteve presente e o presidente do Conselho Diretivo, Henrique Sanchez, referiu que o parque automóvel português de modelos 100% elétricos ou híbridos plug-in já está acima das 100 mil unidades e que este tipo de veículo já representa 20% das novas vendas totais: “nos últimos três anos passamos de 20 mil automóveis elétricos para os 30 mil em 2021 e, este ano, já vamos com mais de 10 mil unidades vendidas em Portugal”, afirma Sanchez.
Para suportar esta crescente procura, há que reforçar também a rede elétrica. Segundo Alexandre Vieira, administrador da Mobi.e, a rede de carregamento para automóveis elétricos já tem mais de 2750 carregadores, que correspondem a 5700 tomadas e, para a atual dimensão do parque português, a potência instalada devia ser de cerca de 74 MW, mas está já nos 102,5 MW em 99% dos municípios. Luís Tiago Ferreria, diretor da E-Redes, partilha a “expetativa de que no final da década a rede de carregamento pública atinja os 45 mil postos, mantendo o rácio de um posto para cada 20 automóveis”. Este responsável lembra ainda que “os veículos elétricos podem tornar-se um ativo valioso para o sistema elétrico, o que aumentará as vantagens para o cliente”, salientando a ideia de que com os sistemas de carregamento bidirecionais será possível reduzir os investimentos para aumentar a capacidade da rede pública de carregamentos.
Já do lado das seguradoras, Gustavo Barreto, do Grupo Ageas, explicou que foram criadas coberturas específicas para este segmento, que incidem sobre furto dos cabos de carregamento, danos causados em terceiros durante a utilização dos mesmos ou a cobertura de assistência para recargas rápidas que permitam ao utilizador chegar a um posto de carregamento.