O plano de sustentabilidade da BMW inclui o objetivo de reduzir significativamente a pegada ecológica associada ao ciclo de vida total dos veículos. O grande objetivo é atingir a neutralidade carbónica em 2050, mas a marca garante que já está a passar das palavras à ação e traçou objetivos intermédios, que vão poder ser verificados por entidades independentes.
Num encontro com jornalistas, Kerstin Meerwaldt, Head of CoC Customer & Markets, Corporate Strategy Sustainability do BMW Group, anunciou objetivos ambiciosos já para 2030, como integração de 50% de material reciclado na construção dos automóveis, redução de 50% de emissões de dióxido de carbono no ciclo de vida (desde os fornecedores da BMW até ao fim de vida do veículo) e atingir a marca de 10 milhões de BMW elétricos produzidos. Um dos objetivos é a redução das emissões médias de CO2 na produção de veículos de 10 para 8 toneladas. Uma meta particularmente ambiciosa porque esta redução vai acontecer em simultâneo com o aumento de produção de veículos elétricos que, como é sabido, normalmente apresenta emissões mais elevadas associadas ao fabrico das baterias.
Estes objetivos só serão possíveis com o apoio dos parceiros da BMW, a começar pelos fornecedores. O grupo alemão vai ser cada vez mais criterioso na escolha de fornecedores. Por exemplo, a BMW diz já só usar alumínio fornecido por fábricas que recorrem a energia solar para alimentar a produção.
Made in Portugal
Boa parte do software usado pela BMW nasce em Portugal, na Critical TechWorks, uma empresa com instalações em Lisboa e Porto e que é detida, em partes iguais, pelo grupo alemão e pela portuguesa Critical Software. É o caso do sistema BMW eDriveZones implementado nos híbridos plug-in da marca alemã. Um sistema que ativa automaticamente o modo elétrico quando os carros entram nas zonas urbanas georreferenciadas. Em Portugal, o eDriveZones está disponível em Braga, Porto e Lisboa e, para o ano, vai chegar a Oeiras e Matosinhos. Esta funcionalidade faz reduzir as emissões de gases tóxicos em zonas urbanas num processo automático, que não exige a intervenção do condutor.
Novidade é a funcionalidade BMW Points, também desenvolvida pela Critical TechWorks e integrada na app My BMW. É um serviço de acumulação de pontos, que pretende promover a condução em modo elétrico dos veículos híbridos plug-in BMW. Pontos que depois podem ser convertidos em carregamentos nos postos públicos (através da app My BMW). De acordo com a informação divulgada, há diferentes formas de acumular pontos: um ponto por cada quilómetro em modo elétrico, dois pontos se o quilómetro for percorrido numa zona de baixas emissões eDriveZones, 20 pontos por cada sessão de carregamento com um mínimo de 15 minutos e 500 pontos extra se o utilizador efetuar mais de 20 sessões de carregamento no mês. Os pontos podem ser depois convertidos em créditos (euros) para carregamentos na rede pública.
A BMW ainda não definiu totalmente qual será a equivalência entre pontos e valor, mas na Alemnaha, onde o sistema já foi implementado, 2500 pontos corresponderm a €10.
Em declarações à Exame Informática, Massimo Senatore, Diretor Geral da BMW Portugal, sublinha que “estes pontos podem ser usados para carregar qualquer viatura BMW associada à app, o que significa que um cliente nosso pode, por exemplo, acumular pontos com a utilização de um híbrido plug-in e usá-los para carregar um 100% elétrico”.