É um regresso ao lugar de sempre. No Chiado, o Largo de São Carlos transforma-se, durante cerca de um mês, num espaço onde a dança e a música, o clássico e o contemporâneo se cruzam em espetáculos de entrada gratuita.
A 16ª edição do Festival ao Largo decorre entre esta quinta, 11, e o dia 1 de agosto, antes de o Teatro de São Carlos ir para obras de requalificação profundas. Os 50 anos do 25 de Abril serão lembrados e haverá também uma novidade. Eis o que não pode perder.
1. Abertura com a Companhia Nacional de Bailado

Em três dias, os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado interpretam dois espetáculos de dois nomes incontornáveis da dança portuguesa e internacional. Primeiro, Sinfonia dos Salmos, obra criada por Vasco Wellenkamp em 1992 para o Ballet Gulbenkian. Depois, Minus 16, de Ohad Naharin, com uma partitura que vai de Dean Martin ao mambo, do techno à música tradicional israelita, e que recorre à improvisação e ao método Gaga criado pelo coreógrafo. 11-13 jul, qui-sáb 22h
2. Famílias ao Largo
É a novidade deste ano. No largo que acolhe o festival, as crianças vão poder participar em dois ateliers. Dançar e Balançar (4-12 anos) parte dos sons, ritmos e movimentos que se encontram à volta: o Sol, as nuvens, os pássaros, os elétricos, os edifícios e as pessoas. Em Vamos à Opéra? (6-9 anos), propõem-se aprender uma parte de uma ópera a partir de excertos de A Flauta Mágica, de Mozart. Os ateliers são dinamizados pela Companhia Nacional de Bailado e pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos, em parceria com a Academia de Amadores de Música. Dançar e Balançar > 13 jul, sáb 10h > Vamos à Opéra? > 20 e 27 jul, sáb 10h > inscrições no site festivalaolargo.pt
3. De Joly a Ravel com a Orquestra Gulbenkian

No ano do centenário de nascimento de Joly Braga Santos (1924-1988), a Orquestra Gulbenkian traz ao Festival duas obras escritas pelo compositor em fases e idades diferentes da sua vida: Abertura Sinfónica nº 2, op. 11, composta na juventude (estreada em 1948, sob a direção de Pedro de Freitas Branco) e o Staccato Brilhante, op. 69 escrito no último ano de vida. Será também homenageado Luís de Freitas Branco (professor de Braga Santos), com Scherzo fantastique, obra com duração aproximada de 8 minutos. Escrita em 1907, permaneceu desconhecida durante todo o século XX, tendo tido a sua estreia a 1 de outubro de 2005, na Casa da Música do Porto. A Orquestra Gulbenkian interpretará ainda o Bolero de Maurice Ravel. 16-17 jul, ter-qua 21h30
4. Noites Verdi
Nas noites de domingo, monta-se uma grande tela na qual serão transmitidos três espetáculos gravados ao vivo no Teatro Real de Madrid, onde se poderão ver e ouvir as óperas La traviata, Il trovatore e Nabucco do compositor italiano. 14, 21, 28 jul, dom 21h30
5. Músicas do Mundo

Juventude, alegria e liberdade são palavras que também se conjugam neste festival. Este ano, as músicas do mundo fazem-se representar com dois agrupamentos. O Ketuk Quartet (ketuk é uma palavra indonésia que significa pulso), composto por jovens músicos que têm encontrado na percussão e nos instrumentos tradicionais uma forma de se exprimir. As Batucadeiras das Olaias, grupo formado por homens e mulheres cabo-verdianos residentes no Bairro Portugal Novo nas Olaias, em Lisboa, vão apresentar-se com um programa intitulado Cá bu fadiga, celebrando o batuku (representação da cultura de Cabo Verde na diáspora). 23-24 jul, ter-qua 21h30
6. Orquestra Sinfónica Portuguesa e Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Os dois agrupamentos artísticos do Teatro Nacional de São Carlos ‒ a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos ‒ também brilham no programa do festival, com a apresentação, na íntegra, em versão de concerto, da ópera Cavalleria rusticana de Pietro Mascagni, obra inauguradora do verismo (movimento que procurava ilustrar a realidade social, nua e crua). Será nos dias 26 e 27 de julho. Uma semana antes, a 19 e 20 de julho, as duas formações juntam-se a um grupo de jovens solistas instrumentais e vocais num programa variado, que incluirá ópera, música de concerto, musical, bailado e zarzuela. 19-20, 26-27 jul, sex-sáb 21h30
7. Espetáculo de encerramento
Abre-se com dança e com dança se fecha mais uma edição do Festival ao Largo. Apresentado pelos Estúdios Victor Córdon, Território é um programa dedicado a jovens bailarinos, entre os 14 e os 18 anos, provenientes de escolas de dança de todo o País. Acolhendo anualmente coreógrafos internacionais, este ano o programa propõe a montagem de Kaash (excerto), de Akram Khan, e uma nova criação do norte-americano Jermaine Spivey. O espetáculo conta ainda com um filme do jovem realizador João Sanchez. 31 jul-1 ago, qua-qui 22h
Festival ao Largo > Lg. de São Carlos, Lisboa > 11 jul-1 ago > grátis > programa completo aqui