1. As Mulheres de Maria Lamas, na Fundação Calouste Gulbenkian
Jorge Calado selecionou 67 dos retratos que Maria Lamas tirou a mulheres do campo, da serra e do mar, nas docas, nas minas e nas fábricas, bem como a professoras, enfermeiras, serviçais, mães solteiras e prostitutas, entre outras. Além das fotografias, maioritariamente provas da época, de pequenas dimensões, incluídas na sua obra monumental As Mulheres do Meu País, publicada em fascículos entre 1948 e 1950, estão expostos, na Fundação Calouste Gulbenkian, objetos pessoais, exemplares de primeiras edições dos seus livros fundamentais e artigos de jornais e revistas. R.R. Fundação Calouste Gulbenkian – Átrio da Biblioteca de Arte > Av. Berna, 45, Lisboa > até 28 mai, seg-dom 10h-18h > grátis
2. Lisboa Frágil, de Luís Pavão, no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta
A vida dos lisboetas à noite nos anos 80, as tabernas perdidas da cidade com anexos para o jogo da laranjinha, os bailes, as marchas, o fado… Ver esta exposição com 150 fotografias de Luís Pavão, todas a preto e branco, é, também, fazer uma viagem no tempo a uma Lisboa que já não existe, ou não existe da mesma maneira, ou está em vias de extinção. A escolha definitiva das imagens apresentadas (que vão de 1971 a 2009) partiu da curadoria de Laura Covarsí – “é bom haver outros olhos sobre o mesmo trabalho”, diz o fotógrafo. E a explicação para o título da exposição (e de um livro a editar em breve, com 302 fotografias), Lisboa Frágil, encontra-a Luís Pavão nesta cidade que “se desfaz, desaparece, é volátil, vai-se transformando…” O fotógrafo é testemunha de tudo isso e serenamente luta, na câmara escura, contra o esquecimento. P.D.A. Museu de Lisboa – Palácio Pimenta > Campo Grande, 245, Lisboa > até 31 mar, ter-dom 10h-18h (última entrada: 17h30) > €3
3. Factum, de Eduardo Gageiro, na Cordoaria Nacional
“Por favor, leve-me ao comandante porque sou amigo dele.” Não era amigo, nem sabia quem era, mas o soldado que lhe barrava o caminho levou-o até Salgueiro Maia. E foi assim que Eduardo Gageiro começou a fotografar a revolução. “Nessas alturas, temos de estar de alma e coração e, aconteça o que acontecer, o que interessa é fazer a imagem”, disse numa entrevista em que recordava esse dia. E fez muitas das imagens mais icónicas do 25 de abril de 1974, que podem agora ser vistas na exposição Factum, integrada na celebração oficial dos 50 anos do 25 de Abril, organizada pelas Galerias Municipais/EGEAC.
Na Cordoaria Nacional, expõem-se, ao todo, 170 fotografias de Eduardo Gageiro, um dos grandes fotojornalistas portugueses de sempre, à beira de completar 89 anos. As mais antigas são dos anos 50 e a mais recente foi feita na Avenida da Liberdade, nas celebrações do 25 de Abril, em 2023. R.N. Cordoaria Nacional > Av. da Índia, Lisboa > T. 21 363 7635 > até 5 mai, seg-dom 10h-13h, 14h-18h > grátis
4 e 5. Alfredo Cunha · Photographo, no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, e 25 de Abril de 1974, quinta-feira, na Amadora
No primeiro andar do Museu do Neo-realismo, em Vila Franca de Xira, às portas de Lisboa, há espaço de sobra para as dezenas de fotografias expostas, da autoria do fotojornalista Alfredo Cunha. Na mostra Photoprapho, toda a preto e branco, fica-se com uma boa retrospetiva do que é e tem sido Portugal – e um pouco do mundo – nas últimas cinco décadas. Há retratos, pedaços de reportagem, dentro e fora de portas, mas gostamos de destacar a parede destinada ao dia da Revolução dos Cravos, já que Alfredo Cunha esteve na linha da frente, a fazer a cobertura deste dia tão especial para O Século.
Para assinalar esse facto, agora que se comemora meio século de democracia, o fotojornalista tem outra mostra exclusivamente dedicada à revolução, patente na Galeria Municipal Artur Bual, Casa Aprígio Gomes, na Amadora, chamada de 25 de Abril de 1974, quinta-feira, em que além das fotografias de Alfredo Cunha se pode ver uma projeção multimédia com música de Rodrigo Leão. L.O. Museu do Neo-Realismo > R. Alves Redol, 45, Vila Franca de Xira > até 12 mai, ter-sex, dom 10h-18h, sáb 10h-19h > grátis > Galeria Municipal Artur Bual | Casa Aprígio Gomes > R. Luís de Camões, 2 , Venteira, Amadora > até 23 jun, ter-sáb, 10h-13h, 14h-18h, dom 14h30-18h > grátis