1. NOS Primavera Sound, Porto
Tem nome de outra estação do ano e chega antes do verão, mas desde 2012 que se impôs como uma espécie de arranque oficial da época dos festivais. Os argumentos mantêm-se: um excelente local cheio de relva e bons recantos (o Parque da Cidade, no Porto) e uma programação que mistura grandes referências com muitas oportunidades para boas descobertas. Destaque na edição deste ano para os cabeças de cartaz Nick Cave & The Bad Seeds (pela terceira vez ali) e Tame Impala (dia 9), Beck e Pavement (10), Gorillaz e Interpol (11). Entre muitos nomes em vários palcos, há grandes expectativas para os concertos de Black Midi (9), Dry Cleaning, Khruangbin e Little Simz (dia 11). 9-11 jun
2. Rock in Rio, Lisboa
Já se tornou um clássico, desde 2004, numa Quinta da Bela Vista cheia de luzes e cores. E claro que Ivete Sangalo estará presente (no dia 19)! Destaque, no Palco Mundo, para Muse e The National (dia 18), Black Eyed Peas (19), a nostalgia eighties de Duran Duran e A-ha (25) e Post Malone e o fenómeno brasileiro Anitta (26). Uma novidade deste ano é o Palco Yorn, com curadoria de Chelas é o Sítio, projeto liderado pelo rapper Sam the Kid. O Super Bock Digital Stage volta, como em 2018, a receber nomes e registos do universo online (TikTokers, YouTubers e etc.). 18-19, 25-26 jun
3. Festival Med, Loulé
Todos os verões, Loulé transforma-se por uns dias numa capital das músicas do mundo. Na zona antiga da cidade algarvia nascem quatro palcos: Matriz, Cerca, Castelo e Chafariz. O alinhamento final será apresentado neste domingo, 29, mas já se conhecem os nomes fortes que vão marcar a edição de 2022. Destaque para o concerto Re:Imaginar Monte Cara que leva ao palco a recriação desta verdadeira orquestra histórica de música cabo-verdiana (que se apresentava no mítico Monte Cara, primeira embaixada cultural de Cabo Verde em Lisboa), mas também para Maro, Aline Frazão, Ikoqwe, Mallu Magalhães ou o sempre surpreendente Noiserv. 30 jun-3 jul
4. Sumol Summer Fest, Ericeira
A dois passos de Lisboa, um festival virado para um público mais jovem que à música alia um interesse por praia, surf, skate e, claro, momentos de liberdade com os amigos. Também por isso, o campismo é uma das marcas da identidade do Sumol Summer Fest. Em palco, destaque para os dois cabeças de cartaz: o nigeriano Burna Boy (dia 1) e o rapper americano de 22 anos Trippie Redd (dia 2), que atua depois do espetáculo Eixo Norte-Sul, que mistura rappers nacionais do Norte e do Sul do País. A apresentação da portuguesa Nenny (dia 2), de apenas 19 anos, mas que se tem afirmado como um caso sério até além-fronteiras, será outro dos momentos altos. Além dos dois palcos (Sumol e Quicksilver), há um espaço dedicado a aulas de dança para os festivaleiros: o Jazzy Dance Camp. 1-2 jul
5. MEO Marés Vivas, Vila Nova de Gaia
O Marés Vivas foi-se impondo ao longo do século XXI apostando num registo de festival familiar, com um cartaz a piscar o olho a várias gerações, entre a nostalgia de hits antigos e propostas mais recentes. Essa fórmula é, de novo, usada na edição de 2022 que tem como cabeças de cartaz do primeiro dia Bryan Adams (Summer of 69 é sempre uma festa) e os já repetentes neste festival James (Sit Down é mais uma festa garantida). Acreditamos que a noite com uma maior enchente e que vai gerar mais expectativas será a de dia 17, com a ousada brasileira Anitta, a britânica Jesse J e Diogo Piçarra. No dia 16, o protagonismo pertence ao colombiano Maluma e à boa onda de Dino d’Santiago. 15-17 jul
6. MEO Sudoeste, Zambujeira do Mar
A partir de 1997 foi o Sudoeste a mostrar aos portugueses o que podia ser um grande festival de verão longe dos centros urbanos, com o bilhete a incluir a possibilidade de fazer campismo no local, em plena costa alentejana. O sucesso foi imediato, ajudado por um cartaz de luxo que trazia grandes nomes do rock e da pop até àquele lugar inóspito. De há uns anos para cá, a sua identidade musical mudou e o Sudoeste, chamando um público mais jovem, passou a apostar em música eletrónica, DJ de sucesso, hip-hop e outras músicas urbanas, como trap e reggaeton. Tudo o resto manteve-se: a sensação de liberdade, os banhos nos canais de rega, a proximidade da praia… Do cartaz deste ano fazem parte nomes como ProfJam (dia 3), Major Lazer, Timmy Trumpet e a novíssima brasileira Giulia Be (4), Calema, Steve Aoki e Soraia Ramos (5), Bispo e Sippinpurpp (dia 6). 2-6 ago
7. MEO Kalorama, Lisboa
Haverá espaço, e público, em Lisboa para mais um grande festival, já perto do final do verão? Os organizadores do Kalorama, que terá em 2022 a sua primeira edição, acreditam que sim. Acontece no mesmo espaço que o Rock in Rio, a Quinta da Bela Vista, e o seu grande argumento é um cartaz bem recheado e variado. Alguns nomes a fixar: The Chemical Brothers, Kraftwerk, Moderat, James Blake e Rodrigo Leão Cinema Project (dia 1); Arctic Monkeys, Jessie Ware, Róisín Murphy, Bruno Pernadas e The Legendary Tigerman (2); Disclosure (acabados de confirmar), Ornatos Violeta, Meute, Peaches e Club Makumba (3). Será que o Kalorama vem para ficar? 1-3 set
8. EDP Cool Jazz, Cascais
Apesar do “jazz” no nome, este festival alarga-se a muitos géneros musicais. E como se espalha por várias noites, espaçadas, de julho, também não tem, propriamente, uma identidade clássica de festival. Digamos que é uma programação para noites de verão centrada no Hipódromo Manuel Possolo e no Parque Marechal Carmona, em Cascais. O cartaz aponta mais para um público adulto, e sentado, ou para aquela ampla categoria “festivais para toda a família”. Tudo começa com uma figura de primeira linha da música atual made in USA: John Legend (no dia 2). Para 10 de julho está marcada a visita de uma velha estrela dos anos 50 e 60: Paul Anka, 80 anos, irá certamente cantar My Way ou Diana, apontando diretamente ao coração dos mais nostálgicos. Até ao fim do mês haverá, ainda, lugar para o francês Yann Tiersen, que conheceu uma grande projeção internacional por ser o autor da banda sonora de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (dia 21), Miguel Araújo, com a participação especial de Rui Veloso (23), Diana Krall (27), Jordan Rakei e o baterista Moses Boyd (28) e, finalmente, aos 83 anos, o influente músico brasileiro Jorge Ben Jor. 2-30 de jul
9. Jardins do Marquês, Oeiras
Segunda edição de um festival que se apresenta como uma “experiência sofisticada” dirigida a “um público que privilegia a qualidade e o conforto”. Estamos, pois, longe dos clichés habituais dos festivais de verão. Na verdade, o Jardins do Marquês propõe uma programação de concertos para sete noites de verão num lugar muito especial: os Jardins do Palácio Marquês de Pombal, bem no centro de Oeiras. Todas as noites há quatro concertos divididos por dois palcos. Logo na primeira noite chega aquela banda que será para sempre a mais mítica criadora de hinos de verão: os Beach Boys, a celebrarem 60 anos (!) de carreira (numa formação liderada por Mike Love, sem Brian Wilson que nos últimos anos tem atuado em nome próprio mas também tocando as canções da banda). Destaque ainda para Paulo Flores e Lura (dia 3), a luminosa brasileira Marisa Monte e Jorge Drexler (5), Carminho e Maro (7), Nouvelle Vague (8), a poderosa voz de jazz de Gregory Porter e José Cid (9) e o espetáculo Seu Jorge e Daniel Jobim cantam Tom Jobim (10). 1-10 de jul
10. NOS Alive, Oeiras
Desde 2007 (quando ainda era Optimus Alive) foi-se impondo como grande referência dos festivais de verão em Portugal. Argumentos como a localização, mesmo às portas de Lisboa, e um cartaz sempre exigente abarcando vários géneros facilitaram a promoção do Alive fora de fronteiras, uma aposta da promotora Everything is New. Hoje, atraídos também por preços mais baixos, são muitos os estrangeiros, de variadíssimas paragens, que por uns dias de julho rumam a Algés. No cartaz deste ano destacam-se, entre muitos outros, nomes como The Strokes, The War on Drugs, Fontaines D.C. (dia 6), Florence + the Machine, Alt-J, Dino d’Santiago (7), Metallica, Royal Blood, M.I.A., St. Vincent (8), Imagine Dragons, Two Door Cinema Club, Phoebe Bridgers (9). E, finalmente, no último dia chegará uma reunião histórica, adiada há dois anos: a dos Da Weasel, grande referência do hip-hop feito em Portugal, que tinham suspendido a carreira em 2010. O festival encerrará a altas horas, já na madrugada de dia 10, com Paradise Called Portugal, uma sessão com curadoria de DJ Vibe, e muitos convidados, no palco WTF Clubbing. 6-9 jul
11. Vodafone Paredes de Coura, Paredes de Coura
Para muitos habitués destas lides festivaleiras ao longo dos últimos anos, Paredes de Coura é o festival com melhor e mais acolhedor cenário natural (o anfiteatro natural com relva não se esquece facilmente, nem a praia fluvial). É por isso que os verdadeiros fãs lhe chamam Paredes du Coeur.A vila do Alto Minho já foi palco de muitos concertos históricos. E em 2022 pode haver novas epifanias no horizonte. São muitos, como habitualmente, os nomes promissores: Beach House, Idles, King Gizzard & The Lizard Wizard, Viagra Boys e Porridge Radio (dia 17); Turnstile, Parquet Courts e L’Impératrice (18), The Blaze, Badbadnotgood, Arlo Parks, Ty Segall & Freedom Band (19) e Pixies, Slowthai, Princess Nokia, Perfume Genius e La Femme (20). 16-20 ago
12. Super Bock Super Rock, Meco (Sesimbra)
Nome histórico dos festivais portugueses, e aquele que, desde 1995, mais transformações sofreu no seu formato, e nas localizações, ao longo dos anos. Depois de várias edições em formato urbano no Parque das Nações, em 2019 voltou ao Meco e é aí que o 26.º SBSR vai realizar-se neste ano de regressos. O cabeça de cartaz da primeira noite é o americano A$AP Rocky, estrela do universo hip-hop e trap, casado com outra star, Rihanna (nasceu na semana passada o primeiro filho do casal). São muitas as atuações a gerar altas expectativas: os sempre animados Metronomy (dia 14) e Hot Chip (15), o grande nome atual do hip-hop (e trap, e novo flamenco…) espanhol C. Tangana, que atua no mesmo dia, 15 de julho, que o rapper americano DaBaby, Kevin Morby (15), Foals (16) e, também no último dia, o encontro inédito entre os Capitão Fausto e o maestro Martim Sousa Tavares. 14-16 jul
13. EDP Vilar de Mouros, Vilar de Mouros
O avozinho de todos os festivais de verão portugueses (a primeira edição aconteceu em 1971, com Elton John e Manfred Mann no cartaz). Com intermitências, algumas muito longas, a marca foi-se mantendo ao longo dos anos e foi pondo o verde Minho no mapa dos festivaleiros, que têm oportunidade de acampar junto ao festival.O cartaz da edição de 2022 apela a várias nostalgias (até a do nu metal dos anos 90, com um concerto dos Limp Bizkit, no dia 26). Confirmados até agora estão Placebo, Suede, Gary Numan e Battles na primeira noite, Hoobastank e Tara Perdida a juntarem-se aos Limp Bizkit (26) e numa última noite (27) que pode ser histórica, Iggy Pop, Bauhaus, Wolfmother e the Legendary Tigerman. 25-27 ago
14. Festival Músicas do Mundo, Sines e Porto Covo
O ambiente em Sines muda durante os dias do FMM, quando a cidade se enche de músicos dos quatro cantos do mundo, escolhidos a dedo por quem sabe do assunto: Carlos Seixas. A edição de 2022 sublinha o “poder das mulheres”. O grande destaque vai para a cubana Omara Portuondo que, com 91 anos, passa por Sines na digressão da sua despedida dos palcos. Mas, entre muitos, há outros nomes a fixar: a também cubana Daymé Arocena, a chilena Ana Tijoux, a marroquina Hindi Zahra ou as mais conhecidas dos portugueses Aline Frazão, Pongo, Sara Correia e Dulce Pontes. Há vários concertos gratuitos mas os que ocupam o palco principal, no castelo, são pagos. 22-30 jul
15. Boom, Idanha-a-Nova
Decididamente, este não é um festival como os outros. Há música, sim, muita música, mas o que menos importa é o nome dos músicos e DJ envolvidos. No site, em inglês, fica bem claro que “selfie sticks, telemóveis ou bandeiras nacionais” representam o “lado negro” e são objetos a evitar. A identidade do Boom passa pela criação, durante alguns dias, de uma espécie de mundo paralelo, em que ao hedonismo das danças e da descontração se junta uma procura de respostas (e perguntas) sobre os mais variados assuntos – em workshops, conversas ou performances. A sustentabilidade e a ecologia são, desde o início de tudo, ainda no fim do século XX, um dos temas mais presentes no Boom. Em 2022 convida-se a pensar no “antropoceno” e no poder que os seres humanos têm tanto para “destruir” como para “salvar”. Num dos concelhos mais despovoados do País, ensaia-se, de dois em dois anos, um laboratório que puxa pelo lado mais visionário de cada um de nós. Este é um dos festivais portugueses que mais estrangeiros atrai e, por norma, os bilhetes esgotam num ápice (o que já aconteceu este ano, depois de duas edições adiadas). 22-29 jul
16. Sol da Caparica, Costa da Caparica
Foi uma questão de tempo até a Costa da Caparica passar a ter, também, um festival de verão, em pleno agosto. O Sol da Caparica é organizado, desde 2014, pela Câmara Municipal de Almada e afirma-se como um festival dedicado à música de expressão portuguesa. Este é um ano de crescimento: foi anunciado mais um dia e mais um palco (de música eletrónica). As culturas urbanas e o surf têm tido sempre uma presença assídua neste festival.Dos nomes já confirmados para a edição deste ano, destaque para Clã, Calema, Piruka, Miguel Ângelo e Julinho KSD (dia 11), Bonga, HMB, Mão Morta e uma homenagem a Zeca Afonso (12), Branko, Soraia Ramos e Sam the Kid com orquestra e os Orelha Negra (13), António Zambujo, Bateu Matou e Cláudia Pascoal (14), Carlão, José Cid e Bárbara Bandeira (15). 11-15 ago
17. Bons Sons, Cem Soldos (Tomar)
Um festival único. Durante quatro dias, toda a aldeia de Cem Soldos se transforma (e se enche de forasteiros) ao ritmo do Bons Sons. Este ano, depois de dez edições, anuncia-se o começo de um ciclo: “Em 2019, tornou-se claro que o Bons Sons é mais do que um festival, é uma aldeia em manifesto”, anunciam. “Habitar a rua” é uma nova palavra de ordem. A programação d’A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, por exemplo, deixa o palco e espalha-se pelas ruas da aldeia. Em sete palcos com nomes de músicos (um deles passa a homenagear António Variações) vão acontecer cerca de 50 concertos e DJ sets. Há também lugar para artes performativas, curtas-metragens e debates (numa parceria com a revista Gerador). São muitos os artistas com passagem já confirmada pela aldeia de Cem Soldos no meio de agosto: Rita Vian, Marta Ren, André Henriques (no dia 12), Cassete Pirata, Aldina Duarte, David Bruno, Pluto (13) Sebastião Antunes, Rui Reininho, A Garota Não (14) e, entre muitos outros, Lena d’Água, B Fachada, 5ª Punkada, Bateu Matou (15). 12-15 ago
Outros Festivais
18. Impulso
Vários palcos no Parque D. Carlos I dão uma fórmula renovada ao festival. Caldas da Rainha > 23-25 jun
19. Voa, Heavy Rock Festival
Três dias, no Estádio Nacional, dedicados ao rock mais pesado. Jamor, Oeiras > 30 jun-2jul
20. RFM Somni
Música para dançar no maior areal do País. Figueira da Foz > 8-10 jul
21. Que Jazz É Este?
Durante cinco dias o jazz invade vários espaços de Viseu. Viseu > 20-24 jul
22. Vagos Metal Fest
Já clássico festival dedicado ao heavy metal. Vagos > 28-30 jul
23. Porto Blues Fest
Os veteranos Dr. Feelgood são o nome forte desta edição nos jardins do Palácio de Cristal. Porto > 29-30 jul
24. NeoPop
Um festival dedicado à música eletrónica que se impôs nos últimos anos. Viana do Castelo > 10-13 ago
25. Crato
Mistura de música e gastronomia no interior do Alentejo. Crato > 23-27 ago
26. Extramuralhas
Este festival saiu do castelo de Leiria e o rock gótico desceu à cidade. Leiria > 25-27 ago
27. Jardim Sonoro
Uma espécie de despedida do verão, sempre muito cool, no Parque Eduardo VII. Lisboa > 9-11 set