Respira-se liberdade no Imaginarius, numa espécie de celebração pela ausência das amarras da pandemia. Nesta 21ª edição, a programação não obedece a uma orientação temática. Mas, inevitavelmente, grandes preocupações da atualidade serão abordadas, como é o caso da sustentabilidade ambiental, com os espanhóis Xarxa Teatre a proporem uma visão acutilante do mar, com tanto de idílico como de apocalíptico. Veles e Vents foi criado para inaugurar o túnel do Canal da Mancha e o questionamento que faz sobre o futuro do planeta, ameaçado pela poluição de mares e oceanos, mantém-se pertinente.
Pelas ruas, praças, jardins, monumentos e equipamentos culturais de Santa Maria da Feira, entre esta quinta, 26, e domingo, 29, vão passar 37 espetáculos ou intervenções. O festival aposta na interdisciplinaridade, com produções nas áreas do teatro de rua, do circo contemporâneo, da dança urbana, do teatro físico e de algumas mais desconhecidas, como a magie nouvelle que o Imaginarius classifica como uma nova tendência da magia internacional.
Em estreia nacional, será apresentado Soirée Magique, da francesa Cie 14:20, uma combinação de sombras chinesas, jogos de cartas, malabarismos, levitação e ilusionismo. Entre os espetáculos internacionais, refira-se ainda o humor físico de Hotel Paradiso, da companhia inglesa LIT – Lost in Translation, sobre a importância das memórias. Entre as criações nacionais, destacam-se as estreias absolutas de Kinsky – Roi des Rats, do português Rui Paixão (aka Holy Clown), de Eu Fêmea, a proposta do Teatro do Mar em torno do papel atual da mulher, e No Elbows on the Table, projeto do Instituto Nacional das Artes do Circo, que convida a refletir sobre o paradoxo do equilíbrio interior de cada ser humano.
Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua > Centro Histórico de Santa Maria da Feira > T. 256 331 075 > 26-29 mai, qui-dom > grátis > imaginarius.pt