1. Os Três Irmãos, Teatro Municipal Rivoli (Porto) e Teatro Municipal Sá de Miranda (Viana do Castelo)
Abelard, Adler e Hadrian são as três personagens do último espetáculo de Victor Hugo Pontes, imaginadas pelo escritor Gonçalo M. Tavares (convidado pelo coreógrafo a escrever sobre “assuntos de família”) e interpretadas pelos bailarinos Dinis Duarte, Paulo Mota e Valter Fernandes. Habituado a conjugar a palavra dita com o gesto, Pontes explora as tensões e os conflitos dos irmãos, em confronto com o passado comum. Teatro Municipal Rivoli > Pç. D. João I, Porto > T. 22 339 2201 > 26 abr, seg 19h (presencial), 26-28 abr, seg-qua (online) > €9 (presencial), €3,50 (online) > Teatro Municipal Sá de Miranda > R. Sá de Miranda, Viana do Castelo > T. 258 809 382 > 29 abr, qui 19h > €4 a €10
2. Please Please Please, Teatro Carlos Alberto (Porto) e Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa)
No palco, um mundo à beira da catástrofe ou saído de um desastre mundial, em que se procura perceber o que está por vir e refletir sobre o que ainda se pode fazer para preservar o planeta. Please Please Please é o resultado da colaboração entre a coreógrafa francesa Mathilde Monnier, a coreógrafa hispano-suíça La Ribot e o encenador português Tiago Rodrigues, autor do conjunto de histórias curtas interpretadas por ambas. As duas bailarinas deixam uma mensagem para as futuras gerações, na esperança de evitar um desastre. Uma das peças internacionais mais aguardadas (das poucas presenciais) do Festival Dias da Dança, a qual segue depois para o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa. Teatro Carlos Alberto > R. das Oliveiras, 43, Porto > T. 22 340 1910 > 22-23 abr, qui-sex 19h > €10 > Teatro Nacional D. Maria II > Pç. D. Pedro IV, Lisboa > T. 800 213 250 > 29-30 abr, qui-sex 19h > €9 a €16
3. Comédia de Bastidores, São Luiz Teatro Municipal, Lisboa
O arrivismo social, retratado com humor negro numa banca de cozinha, é o prato forte da peça Comédia de Bastidores. A peça divide-se em três atos e decorre na década de 70 do século XX, em três ceias de Natal sucessivas, nas cozinhas de três casais disfuncionais, em patamares distintos da escada social. O título original, Absurd Person Singular, escolhido aleatoriamente por Alan Ayckbourn, foi traduzido para Comédia de Bastidores, procurando sublinhar “o facto de toda a ação se passar no ‘local errado’, isto é, na cozinha, nas traseiras da casa e não na sala; e a estimulante dimensão de exercício quase metateatral que este texto representa para os profissionais envolvidos na sua montagem”, explicava o tradutor, Paulo Eduardo Carvalho. O próprio dramaturgo britânico sublinhava: “As coisas verdadeiramente interessantes, as coisas que as pessoas gostam de dizer umas às outras em privado, são ditas ao lado da banca da cozinha.” Nuno Carinhas e João Cardoso encenam este espetáculo que conta no elenco com Benedita Pereira, Catarina Gomes, Paulo Freixinho, Pedro Frias, Pedro Galiza e Sara Carinhas. São Luiz Teatro Municipal > R. António Maria Cardoso, 54, Lisboa > T. 21 325 7650 > até 9 mai, qua-sex 19h30, sáb-dom-10h30 > €12 a €15
4. Hamlet, Teatro Municipal Mirita Casimiro, Estoril
Com o regresso aos palcos, Carlos Avilez e o Teatro Experimental de Cascais revisitam o clássico dos clássicos. Ele é um suicida que não pode suicidar-se. Assiste à infidelidade da mãe, confirma que o pai foi assassinado pelo tio e, por isso, tem de vingá-lo. É assim que Carlos Avilez resume o clássico que apelida de “Bíblia do teatro”: Hamlet, de William Shakespeare, dramaturgo que volta a ser apresentado no palco do Teatro Municipal Mirita Casimiro, casa do Teatro Experimental de Cascais, de que Avilez é diretor artístico. Este Hamlet foi ensaiado maioritariamente online, e é também por isso uma peça sobre sobrevivência. O jovem ator José Condessa interpreta o príncipe da Dinamarca, que vê a mãe casar-se com o tio duas semanas após a morte do pai, que lhe aparece em espírito para revelar que foi assassinado pelo tio e pedir vingança. Perante uma crise interior crescente – ser ou não ser, fazer ou não fazer –, o jovem Hamlet simula loucura para levar avante os seus intentos. C.M.S. Teatro Municipal Mirita Casimiro > Av. Fausto de Figueiredo, Estoril, Cascais > T. 21 467 0320 > até 30 abr, ter-sex 19h > 5-21 mai, qua-sáb 19h, dom 16h > €15
5. Porta, Teatro o Bando, Palmela
A atriz desenha o círculo do fumo do cigarro no vidro que a separa do público. Ela lá fora – junto às árvores, às ervas, à terra – e o público cá dentro, na sala de espetáculo. O espaço do teatro foi expandido através de umas portadas que se abrem para o exterior. Esse vidro e este desenho – como Buster Keaton, que, por magias do cinema, se punha a desenhar um cabide no qual pendurava depois o casaco – são, de certa forma, um regresso a um estado primeiro, a um estado de inocência, em que “o corpo sabe mais do que a cabeça”. A frase é do encenador do novo espetáculo d’O Bando, Porta. João Brites fala de uma personagem que se perdeu e por décimas de segundos deixou de saber quem é, interpretada por Juliana Pinho – que não vê nem ouve o público, apenas o sente. O texto, do escritor Gonçalo M. Tavares, é inédito. C.M.S. Teatro O Bando > Estrada do Vale dos Barris, Palmela > T. 21 233 6850 / 91 030 6101 >até 21 mai > ter-sex, 20h30 > €5 a €15