Poucos artistas conquistaram o reconhecimento e os afetos populares como Vincent van Gogh (1853-1890), o prolífico pintor holandês que, numa única década de trabalho, criou cerca de 800 obras. Até os mais distraídos identificam obras-primas do impressionismo como Os Doze Girassóis numa Jarra (1888) ou o céu revolto de Noite Estrelada (1889), contemplado do quarto do hospício de Saint-Rémy-de-Provence onde esteve internado. O Museu Van Gogh, de Amesterdão, propõe agora outra forma de recolher fundos e divulgar a sua obra: sem a presença de quadros originais e adotando as regras do entretenimento.
“Meet Vincent van Gogh” tem duração recomendada de 90 minutos de visita. Os bilhetes incluem um audioguia gratuito, disponível em oito idiomas, para crianças (4-12 anos) e adultos (mais 13 anos). Caso pretenda levar os seus headphones, poderá fazê-lo, sendo que o requisito para os poder ligar ao dispositivo é ser um cabo jack 3,5 mm.
A exposição itinerante Meet Vincent van Gogh é apresentada com o conceito de “edutainment” (mistura de educação e entretenimento), uma “viagem imersiva” que percorre a vida, os lugares e os quadros do pintor. Esta iniciativa, premiada com um Thea 2017 (galardão de entretenimento), é um percurso que utiliza vários recursos tecnológicos da cultura multimédia, recriando, por exemplo, em 3D equipamentos e paisagens reconhecíveis do universo pictórico do holandês – um cenário à espera de ser tocado, em paredes forradas a ecrãs ou em adereços e ampliações de pinturas para melhor se perceberem as pinceladas do mestre.
Os atrativos prometidos passam pela experiência de “tirar uma selfie”, sublinha a organização, no quarto de Van Gogh, por ele pintado na tela Quarto em Arles (1888); instalar-se num monte de feno artificial para ver as imagens de paisagens como a de Campo de Trigo com Corvos (1890), um dos últimos quadros de Van Gogh; atravessar os pórticos à escala da Casa Amarela, evocativa do atelier para artistas que ele quis fundar, e aí assistir à discussão entre as silhuetas de Vincent e Gauguin; e experimentar dispositivos pedagógicos que, por exemplo, nos falam da perspetiva… Tem havido outros projetos semelhantes recentes (em 2017, Van Gogh Alive – the Experience transformava os quadros em experiência imersivas), o que demonstra o apetite dos museus por apanhar o comboio de novos públicos e alta tecnologia.
Novas regras de visita
Para a reabertura da exposição, nesta quarta, 3, e de forma a garantir a segurança dos visitantes, devido à Covid-19, a organização anunciou uma série de medidas, como locais fixos com desinfectante para uso do público, obrigatoriedade de uso de máscara (existe uma máquina de venda automática de máscaras), redução da capacidade máxima de visitantes por cada intervalo (10 pessoas, a cada 10 minutos), medidas de motivação para manter o distanciamento social e desinfecção regular dos dispositivos pedagógicos.
Os bilhetes adquiridos entre 13 de março e 31 de maio mantêm-se válidos a partir do dia de reabertura, em qualquer dia da semana e horário, até 30 de novembro, sem ser necessário proceder à troca antecipada dos mesmos. Para futuras visitas, aconselha-se a compra online de bilhetes.
Meet Vincent van Gogh > Terreiro das Missas > Belém, Lisboa > T. 92 403 1844 > 3 jun-jan 2021, qua-dom 10h-19h (última entrada 18h) > €13 (qua-sex), €15 (sáb-dom), 4-17 anos, estudantes e maiores de 65 anos €9 (qua-sex), €11 (sáb-dom), Bilhete Família (2 adultos e 2 crianças) €29,50 (qua-sex), €36 (sáb-dom) > meetvincent.com/lisbon