
Os 30 anos do Teatro de Marionetas do Porto são assinalados com a reposição de “Frágil”
Susana Neves
Há espetáculos de todos os formatos e escalas a dialogar com o público de forma muito distinta. Os intimistas, como Cosas que se Olvidam Facilmente, de Xavier Bobés, manipulando pequenos objetos carregados de memórias perante uma plateia de cinco pessoas. E as grandes produções, como Sans Objet, de Aurélien Bory, elucidativa do que se pode fazer quando há meios disponíveis, com um braço robótico industrial a manipular a reflexão sobre as relações entre o Homem e a máquina. “Interessa-nos a coexistência de objetos muito diferentes, ter um festival com grandes pesos e artistas que estão a dar os primeiros passos”, sublinha Igor Gandra, o diretor artístico do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP). No programa, distinguem-se duas linhas temáticas mais fortes, “com peças que nos convidam a contemplar o futuro e a pensar sobre as possibilidades em aberto”, salienta Igor, e “outras em que o público é convidado a olhar para a tradição e a revisitar certas metodologias”.

“Sweet Home, without a Fit of Conscience” será um dos espetáculos apresentados pelo Théâtre de La Licorne
Christophe Loiseau
A 29ª edição do festival assinala os 30 anos do Teatro de Marionetas do Porto com a reposição de Frágil, a última peça com a mão do mestre João Paulo Seara Cardoso, e a estreia absoluta de Quem Sou Eu?, um projeto com a comunidade da zona oriental da cidade, dirigido por Isabel Barros. Outra companhia portuense ligada a este universo, a Limite Zero, comemora igualmente uma data redonda, 15 anos de atividade, e estreia Pequeno Cabaret ao Amanhecer, que explora a tradicional ligação entre as marionetas e os espetáculos de cabaret. Também em estreia está Fogo Lento, de Costanza Givone, o espetáculo vencedor da Bolsa de Criação Isabel Alves Costa (a fundadora do FIMP), um questionamento dos hábitos culinários quotidianos à volta de uma banca de cozinha. Saúde-se ainda o regresso ao Porto do Théâtre de La Licorne, com duas espécies de teatros de bolso: Sweet Home, without a Fit of Conscience, com um rigoroso e intenso trabalho de máscara da atriz Rita Tchenko; e Macbêtes, the Tragic Nights, uma versão bem-humorada da peça maldita de Shakespeare.

“Sans Objet”, de Aurélien Bory, subirá ao palco do Teatro Municipal Rivoli
Aglae Bory
Festival Internacional de Marionetas do Porto > Teatros municipais do Porto, TeCA, Mosteiro S. Bento da Vitória, J.F. Ramalde, Metro do Porto e Teatro de Ferro > Porto > T. 22 332 0419 > 13-20 out > grátis a €10; €35 (passe)