Que, na indústria musical, a nostalgia vende muito, é facto comprovado. Só isso bastaria, aliás, para fazer deste regresso dos Orchestral Manoeuvres In The Dark (OMD) a Portugal todo um acontecimento. Afinal, quem nunca dançou ao som de clássicos como Enola Gay, If You Leave, Souvenir ou Electricity?
Quando surgiram, há quase 40 anos, com o single de estreia, Electricity, lançado em 1979, os OMD foram um dos precursores do que nos anos seguintes viria a ficar conhecido como synthpop. Na altura, aos dois membros fundadores, juntava-se também o baterista Malcolm Holmes, que ajudou a construir o som de álbuns como Organization (1980) ou o seminal Architecture & Morality (1983). Pelo meio, já tinha havido o fenómeno Enola Gay, canção antiguerra que haveria de os transformar em estrelas pop.
Depois da viragem, nos álbuns seguintes, em direção a uma sonoridade mais comercial, Paul Humphreys acabaria por abandonar os OMD no final dos anos 80. Na década seguinte, a crescente popularidade do rock alternativo acabaria por ditar o fim do grupo, em 1996. Uma década bastou, no entanto, para o grupo ser reabilitado por uma nova geração de bandas, como os LCD Soundsystem ou os Liars, que apontam os OMD como influência. E em 2006, o que era suposto ser uma mera reunião de celebração tornou-se em algo mais. Andy McCluskey e Paul Humphreys recusaram, no entanto, transformar esse regresso em mero exercício de nostalgia e, desde então, os OMD editaram mais três álbuns, todos eles bastante elogiados pela crítica, que os apresentaram a toda uma nova geração de fãs. O mais recente, The Punishment of Luxury, foi lançado no verão passado e é a razão desta visita a Portugal − onde atuaram pela última vez há dois anos, no festival de Vilar de Mouros.
Ouça aqui Enola Gay, dos Orchestral Manoeuvres In The Dark
Orchestral Manoeuvres In The Dark > Aula Magna > Alameda da Universidade, Cidade Universitária, Lisboa > T. 21 011 3406 > 16 fev, sex 21h > €28 a €40