Não conseguiram mudar a História de Moçambique, mas poderão salvar o planeta? A mesma equipa artística da anterior produção da Mala Voadora viajará desta vez até à Amazónia, para as gravações de uma telenovela ecológica, tema tão precioso na atualidade e que garante sempre audiências. A companhia quis levar mais longe esta corrente verde e transformou o espetáculo num imenso ecoponto: há cenários, figurinos, músicas, luzes e cenas recuperados de outras produções. Consigo, transportam uma espécie de alma que acaba por fugir do controlo dos artistas, levando este Amazónia por outros caminhos que não os da salvação. Muito pelo contrário, conduzem à destruição do planeta.
“Interessava-nos levantar a questão da forma como encaramos a nossa presença no planeta, demasiado autocentrada, em que tudo existe em nosso benefício e as soluções são sempre as mesmas”, diz Jorge Andrade, o autor e encenador. “Queríamos olhar para o planeta como uma entidade que não dominamos e fazer esta reflexão a partir de um espetáculo de teatro”, acrescenta. Três narrativas coabitam em cena: a dos empreendimentos levados a cabo na Amazónia; a do grupo de artistas que vai para o território brasileiro para fazer uma novela ecológica; e a do enredo da própria novela.
Dividida em episódios (onde não faltam genéricos cantados e anúncios dos patrocinadores), a história de Amazónia torna-se cada vez mais intrincada e tem reviravoltas mirabolantes, com casos de incesto, investidores gananciosos, conspirações económicas, mortes inesperadas. Se conseguir, siga as cenas dos próximos capítulos.
Amazónia > São Luiz Teatro Municipal > R. António Maria Cardoso, 38, Lisboa > T. 21 325 7640 > 9-11, 15-19 nov, qua-sáb 21h, dom 17h30 > €12 a €15 > Theatro Circo > Av. da Liberdade, Braga > T. 253 203 800 > 24-25 nov, sex-sáb 21h30 > €10