
‘A Importância de Ser Simone de Beauvoir’ (2013) evoca o espetáculo de Miguel Bonneville
Divulgacao
Os museus não são lugares neutros, é a premissa sinalizadora desta exposição, curada por Aida Rechena e Teresa Furtado, prenunciadora da conferência internacional sobre Género na Arte de Países Lusófonos. Corpo, Sexualidade, Identidade, Resistência (que terá lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, nos próximos dias 26 e 27). Se essa assunção é frequente nas interrogações e intervenções da prática artística, Género na Arte assume ambições: desfazer estereótipos, lançar uma reflexão sobre os problemas de género, para citar o ensaio seminal de Judith Butler (agora publicado em Portugal, pela Orfeu Negro), e instaurar o debate sobre as dimensões identitárias; ou seja, é também uma mostra política. Corpo e sexualidade, identidade e norma social, aceitação e validação – e, por conseguinte, censura, resistência, poder – jogam-se neste campo fluido, impossível de reduzir a rótulos sexuais. A (des)construção da identidade, a transgressão do corpo, a fluidez da autorrepresentação unificam as obras dos 15 artistas portugueses, produzidas entre 2000 e 2017.
Há instalação, vídeo, fotografia, escultura, desenho – mas a rutura de fronteiras estende-se à diluição entre meios: A Brief History of Princess X (2016), de Gabriel Abrantes, cruza arte e cinema; A Importância de Ser Simone de Beauvoir (2013) evoca o espetáculo de Miguel Bonneville; Palhaço Rico Fode Palhaço Pobre, de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, recorda a sua passagem em palco… Juntam-se-lhes obras de Alice Geirinhas, Ana Perez-Quiroga, Ana Vidigal, Carla Cruz, Cláudia Varejão, Horácio Frutuoso, João Gabriel, João Galrão, Maria Lusitano, Thomas Mendonça e Vasco Araújo.
Género na Arte. Corpo, Sexualidade, Identidade, Resistência > Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado – MNAC > R. Capelo, 13, Lisboa > T. 21 343 2148 > até 11 mar, ter-dom 10h-18h > €4,50