“O resgate do festival, que estava no limite, tem o objetivo de permitir chegar a um outro quadro de apoios” diz Armando Valente, diretor do Citemor, num discurso entre a angústia pelo facto de o festival não receber financiamento há quatro anos e esperança no futuro. Só a recente promessa de apoio de 20 mil euros da secretaria de Estado da Cultura tornou possível que o festival de teatro, com quase 40 anos, voltasse a mexer com a vila de Montemor-o-Velho e com Coimbra. Sem ter, contudo, residências artísticas – pedra basilar do Citemor, “que estreava quatro a cinco novas obras em cada edição”, recorda ainda o diretor –, terá um programa condizente com os bons velhos tempos.
Os primeiros dois dias, esta sexta, 5, e sábado, 6, acontecem em Coimbra, com o espetáculo Paradigma, de Dinis Machado, a abrir o festival (5 ago, 21h30), questionando, segundo o criador, “o corpo como uma peça mecânica de um corpo orgânico maior – o teatro em si mesmo”. O primeiro dia, 5, termina com um concerto dos Nice Weather For Ducks (banda de Leiria) no Salão Brazil e, no dia seguinte, 6, será o espetáculo Alla Prima, do performer Tiago Cadete, sobre a representação do corpo masculino a cruzar teatro, dança e artes visuais. Só no fim de semana seguinte, o festival se apresentará em Montemor-o-Velho com três projetos de videoarte do Loops. Lisboa (12 e 13 ago) e as Conversas Fictícias, do catalão Ignasi Duarte, com questões a Gonçalo M. Tavares em volta das personagens dos seus livros (12 ago). A performance MB#6, de Miguel Bonneville (13 ago), o solo e toda a teia de narrativas de Rui Catalão em Dentro das Palavras (19 ago) e o concerto de Débora Umbelino e do projeto Surma (20 ago) completam o programa de um festival que não quer desistir.
Citemor > Teatro de Cerca de São Bernardo > Pátio da Inquisição, Coimbra > T. 239 718 238 > Teatro Esther de Carvalho > R. José Galvão, Montemor-o-Velho > T. 239 680 836 > 5-20 ago > preço definido pelo público