Serão seis dias dedicados ao cinema documental “num sítio improvável”, como reconhece o diretor do Festival Filmes do Homem, Carlos Eduardo Viana. Ou talvez não tão improvável quanto isso se pensarmos que, em 2005, Melgaço abriu o Museu do Cinema Jean Loup Passek, com parte do espólio do crítico e programador francês que se apaixonou pela vila minhota nos anos 70, enquanto gravava um filme sobre imigração. Ora, este festival internacional de documentário, que acontece entre esta terça, 2, e domingo, 7, quer continuar a prestar tributo ao realizador francês, promovendo “o cinema etnográfico e social sob a temática identidade, memória e fronteira”, lembra o responsável e presidente da Associação Ao Norte, co-organizador em conjunto com a autarquia.
Para esta terceira edição foram selecionados 27 filmes (13 longas e 14 médias e curtas metragens) dos 300 que concorreram ao prémio Jean Loup Passek, vindos de vários países, desde Portugal à Palestina, África do Sul, Polónia, Canadá, Austrália e muitos outros.
O festival abre esta terça-feira, 2, e logo com três filmes candidatos ao prémio de melhor curta-metragem e melhor filme português: Hoje Não é Ontem, de José Costa Barbosa (17h), Atopia, de Luís Azevedo e Alexandre Marinho, e Espaço Público, de Lucas Manarte. O programa é extenso e, até domingo, 7, incluirá a presença de 19 realizadores nacionais e estrangeiros. Estamos em agosto, mês de chegadas de quem está fora, e “o festival tem tudo a ver com migrações, partidas, regresso, memória e fronteiras”, sublinha o seu diretor.
Além do cinema – com a maioria dos filmes a ser exibida na Casa da Cultura, mas com extensões às freguesias de Penso, Cristóval, Castro Laboreiro, além de Arbo e Padrenda (na vizinha Galiza) – o festival inclui exposições de fotografia, o curso de verão Fora de Campo e uma residência cinematográfica (a Plano Frontal).
Filmes do Homem – Festival Internacional de Documentário de Melgaço > Casa da Cultura > Av. Capitão Salgueiro Maia, 264, Melgaço T. 251 410 060 > 2-7 ago, ter-dom > grátis