Constelações, no Teatro Aberto, é tanto sobre o Universo, como sobre o clássico “rapaz conhece rapariga” e o mundo de possibilidades que se abre após um encontro casual: do “cada uma vai à sua vida” ao “viveram felizes para sempre”.
Num cenário fantástico, como já é hábito nas encenações da casa, que nos arrasta para o vazio do espaço sideral, dois atores, sozinhos, vão interpretando e reintepretando o maravilhoso texto do britânico Nick Payne. Num habilidoso manobrar da palavra, o jovem (nasceu em 1984) e já muito aclamado argumentista, junta a Teoria dos Multiversos, que prevê um número infinito de universos paralelos, onde ocorrerão infinitas possibilidades e desfechos para a realidade que estamos a viver, à clássica história de amor.
Joana Brandão dá corpo a uma física, apaixonada pela Teoria das Cordas. Pedro Laginha é um apicultor. Após um encontro casual – o acaso, sempre o acaso, a tomar conta da nossa vida – os dois apaixonam-se. Ou não. E vivem felizes até que a morte os separe. Ou zangam-se e segue cada um o seu caminho.
É enorme o desafio entregue aos atores. Como é que com as mesmas palavras, ou com pequenas variações do mesmo texto, se encarna uma personagem diferente? Mudando a entoação, usando um elástico no cabelo, provocando uma ruga a meio da testa, Joana e Pedro são um casal feliz, conhecidos casuais, ex-namorados. Afinal, o mundo tal como o conhecemos é apenas um entre milhões de cenários possíveis.
Constelações > Teatro Aberto > Pç. de Espanha, Lisboa > T. 213 880 089 > até 31 jul, qua-sáb 21h30, dom 16h > €7,5 a €15