Isabel Barros: “O Museu das Marionetas do Porto é um lugar de memória e futuro”

Quatro perguntas à diretora artística do Teatro de Marionetas do Porto, a propósito do terceiro aniversário do Museu das Marionetas do Porto, que se assinala esta quarta-feira, 3, a partir das 20 horas, com a inauguração da exposição Make Love Not War e de uma mostra de trabalhos do arquiteto José Manuel Gigante

Susana Silva Oliveira

LM isabel barros marionetas22.jpg — Isabel Barros
Lucília Monteiro

Make Love Not War – o título do grande espetáculo de rua encenado, em 2010, por João Paulo Seara Cardoso serve agora para nomear a exposição que comemora o 3.º aniversário do Museu das Marionetas do Porto, criado em íntima ligação com o Teatro de Marionetas do Porto, dirigido por Isabel Barros. Esta quarta-feira, 3, inaugura-se também uma mostra com trabalhos do arquiteto José Manuel Gigante.

O que podemos ver em Make Love Not War?

A exaltação, a inconformidade, o desejo de beleza através do teatro de marionetas é o mote para a exposição onde se encontram marionetas, objetos de cena e cartazes de peças como Teatro D. Roberto (1988), Miséria (1991), Alice no País das Maravilhas (1997), Polegarzinho (2002), Make Love Not War (2010) e Senhor…(2012). É uma viagem a partir do trabalho que antecede cada espetáculo.

E na exposição de José Manuel Gigante?

Na galeria, podem ver-se projetos de arquitetura criados para o Teatro de Marionetas do Porto. É uma exposição bastante rica em termos de história da companhia. Ali se encontram os projetos criados para o Teatro de Marionetas do Porto. Um deles, o Teatro de Belomonte, recebeu uma Menção Honrosa em 1993, no âmbito do Prémio Nacional de Arquitetura.

Que balanço faz destes três anos de Museu?

Foram muito positivos, apesar de, no primeiro ano, a Rua das Flores se encontrar em obras e isso ter condicionado, e muito, o acesso ao museu. Agora, sendo esta uma artéria pedonal, há um público corrente, em particular turistas, e cada vez mais famílias e escolas. Conseguimos cumprir a missão para a qual o museu foi criado, trazendo cá o público da companhia, mas também levando quem visita o museu a ver os espetáculos da companhia.

A inquietação dos espetáculos é visível no museu?

Não é um museu estático, mas em movimento, onde a inquietação é permanente. Estamos sempre a tentar encontrar novos conceitos, novos desafios. É um museu de autor, centrado no trabalho do João Paulo, um lugar de memória e futuro, em permanente atualização. Além disso, tem uma íntima relação com a companhia de Teatro de Marionetas do Porto, que aqui mostra objetos de palco usadas nas peças e obras de arte que encerram muitas histórias.