Esta é a história da “malta do gangue do Algarve”, o grupo FP-27. Começaram por assaltar casas com preciosidades guardadas em cofres, mas trocar ouro por escudos demorava tempo. Era preciso arranjar dinheiro vivo de maneira mais fácil, ter notas na mão de imediato.
Estávamos no início da década de 1980, no tempo dos milhares de contos, do Bilhete de Identidade e do Diário Popular, quando o País foi aterrorizado com mais de vinte assaltos a bancos, casas de câmbio e hotéis. Um homem conhecido como O Doutor (Ivo Canelas) formou a quadrilha e Faustino Cavaco (João Estima), um carpinteiro a quem deram a alcunha de O Americano, tinha boa pontaria e precisava de dinheiro para cuidar da mulher e da filha pequena.
“Em 1985, a polícia conseguiu prender Faustino Cavaco, líder do mais perigoso bando de assaltantes de bancos. Mas não por muito tempo. Um ano depois, Faustino e o irmão Vítor, detido entretanto, fugiram da cadeia de Pinheiro da Cruz, matando três guardas prisionais. Meses mais tarde, voltam a ser encontrados. Faustino é condenado a 24,5 anos de prisão por seis homicídios, incluindo o de um comparsa que se queria entregar às autoridades. A soma aritmética dos 45 crimes de que era acusado dava-lhe 340 anos atrás das grades. Saiu da prisão em 1999 e é hoje dono de um restaurante no Algarve”, escrevia-se, em 2006, num artigo da VISÃO.
A série com realização de Ivo M. Ferreira (filme Cartas da Guerra, série Sul), que também assina o argumento em conjunto com Bruno Vieira Amaral e Hélder Beja, é livremente inspirada em factos reais e no livro Vida e Mortes de Faustino Cavaco, escrito na primeira pessoa por Faustino Cavaco, com a colaboração do jornalista Rogério Rodrigues, e publicado em 1988.
A série retrata não só os planos e os assaltos mas também a investigação criminal e os dias no cárcere, tudo isto a pouco tempo da entrada de Portugal na CEE.
O Americano > RTP1 e RTP Play > Estreia 2 dez, seg 21h > 8 episódios, um novo à seg