A ligação a um culto ancestral como o candomblé, religião afro-brasileira originária de ritos tradicionais africanos, não é imediata. Santo assume-se, em primeiro lugar, como um thriller policial, em que dois polícias, um brasileiro e um espanhol, unem esforços para capturar o traficante mais procurado do mundo. Só depois o que parece estar em segundo plano – as vidas familiares a misturarem-se com o dia a dia policial – ganha destaque.
Ao contrário de outras séries com narrativas sobre o tráfico de droga, Santo centra-se menos no negócio ilegal e mais nas relações e conflitos entre as pessoas, sendo que não estão bem definidos heróis e vilões.
Nesta que é a primeira coprodução entre o Brasil e a Espanha para a Netflix, com argumento de Carlos López (El Príncipe) e realização de Vicente Amorim e Gonzalo López-Gallego, a “nossa” Victoria Guerra desempenha o principal papel feminino.
Depois de ter sido uma espiã em Glória (2021), a estreia da ficção nacional original para a Netflix, e de ter encabeçado o elenco de Auga Seca (2020), coprodução luso-galega no catálogo da RTP e da HBO, nesta série de oito episódios a atriz de 33 anos ganha sotaque brasileiro. Bárbara Azevedo é uma jovem de origem portuguesa que abandonou o curso de Medicina, em Madrid, para viajar para o Brasil, à procura de uma nova vida.
Ninguém viu o rosto de Santo, nem mesmo a amante Bárbara, mas são conhecidas as suas marcas sanguinárias: decapitar as pessoas, retirar-lhes o cérebro, além de fazer cortes nas pálpebras. Ernesto Cardona, o polícia interpretado por Bruno Gagliasso, uma cara conhecida das telenovelas brasileiras, vai infiltrar-se na organização do Santo, mas consegue fugir de uma emboscada policial que desconhece a sua identidade. Passam seis meses e Ernesto é descoberto num esgoto em Madrid, sem se lembrar de como entrou em Espanha com um passaporte falso. Daí em diante, são precisas várias respostas.
Santo > Netflix > Estreia 16 set, sex > 8 episódios