Em Cuba, as relações entre pessoas do mesmo sexo foram descriminalizadas em 1979, mas, 40 anos depois, os estigmas prevalecem e a comunidade LGBT ainda enfrenta desafios homofóbicos, apoiados pelo Estado. “Mudar as atitudes em relação à homossexualidade em Cuba é uma luta difícil, mesmo que o seu nome seja Castro”, diz Mariela Castro no documentário, a única vez que o membro da Assembleia Nacional de Cuba, diretora do Centro Nacional Cubano de Educação Sexual e presidente da Comissão Nacional para o Tratamento de Distúrbios de Identidade de Género faz alusão a ser filha de Raúl Castro e sobrinha de Fidel.
Em apenas 39 minutos, o documentário (2016), um original da HBO realizado por Jon Alpert, não mostra mais do que desfiles, galas, jogos de basebol e testemunhos de vários membros da comunidade LGBT cubana. Luis Perez, um gay mais velho, reflete sobre a sua experiência de dois anos num campo de trabalhos forçados; Margarita Diaz, foi expulsa da seleção cubana de ténis por ser lésbica; Juani foi a primeira mulher a mudar de sexo e, agora, o transgénero sexagenário gaba-se com orgulho do seu pénis operacional; Yanet e Mailin, um casal de lésbicas recusa-se a esconder a sua relação, mas no hospital onde Yanet trabalha, um supervisor impede-a de progredir na carreira. Vidas numa ilha na América Central, histórias que ainda se repetem em vários pontos do mundo.
A Marcha de Mariela Castro: A Revolução LGBT em Cuba > 17 jun, qui 23h > RTP2 e RTP Play