1. Disco Les Pas de Chat Noir, de Anouar Brahem
Fã da música do compositor tunisino, a escritora tem todos os seus discos alinhados junto à secretária. “Les Pas de Chat Noir é um álbum de exceção, com Anouar a tocar oud, François Couturier ao piano e Jean-Louis Matinier no acordeão. Uma mistura improvável e absolutamente genial. A melodia, as passagens de tema para tema, a incandescência, a subtileza.”
2. Atlântico
A escritora cresceu junto à ria de Aveiro, e com mar por perto. “Gosto do Atlântico a trazer-nos o horizonte em todo o seu poder, as rebentações maravilhosas, o movimento das ondas, os rochedos. O mar é o começo de tudo, o horizonte de todos os possíveis, onde a minha vida se banha.” Por tudo isso, aponta-o como “um sítio perfeito para conversar, estudar, olhar, construir romances, para tudo.”
3. Cidades Invisíveis, de Italo Calvino
Com pouco tempo para ler romances, pois dedica grande parte dos dias à poesia e ao ensaio, Rosa Alice Branco regressa com frequência a Italo Calvino. “Deixa-me completamente arrebatada”, confidencia. Do escritor italiano destaca Cidades Invisíveis, “um livro de uma prosa poética matemática”. “É o universo das cidades de geometrias orgânicas, impossíveis e, ao mesmo tempo, belíssimas. Todas elas arrebatadoras.”
4. Tabela Periódica
“A obra de arte, por excelência, é a tabela periódica. Tem colunas horizontais e verticais, colocadas pelo número atómico, responsável pelas grandes propriedades dos elementos. Ao olhar para ela, temos uma facilidade incrível em fazer compostos. É mágica, tem alguma coisa de presciência, uma vidência.”
5. Oratório della Santa Croce, Córsega
“Gosto imenso de ir a sítios sagrados, às igrejas, pela arte.” No Oratório della Santa Croce, em Bastia, descobriu um Cristo sereno, sem sofrimento. “Encontrei a coisa mais maravilhosa que se pode imaginar, que é apaziguamento, serenidade, um doce sorriso. É isso que nos salva. Não é a dor.”
6. Filme E agora, onde vamos?, de Nadine Labaki
“Um dos filmes mais importantes que vi até hoje. Uma comédia dramática, tal qual a nossa vida. Incrivelmente humana, leve, inteligente, e essa inteligência vem toda das mulheres”, resume.