1. Ténis de mesa
“Não há nada como pegar na bicicleta em Lisboa e deixar que as duas rodas me levem a uma mesa de pingue-pongue. Se estiverem pela Doca do Espanhol (a mais artística), no Campo dos Mártires da Pátria ou no Campo Grande, preparem-se para disputar uma partida nas mesas disponíveis.”
2. Poesia
“É uma morada que me sossega. Gosto de sentir que as palavras me levam a lugares inacessíveis ou impossíveis. Adília Lopes diverte-me. Carlos Drummond de Andrade apaixona-me. Mas Al Berto continua a ser, para mim, o autor que melhor descreve aquilo de que somos feitos. Por dentro.”
3. Ilustração
“Desde que me lembro de ser que desenho. As linhas, as formas e as cores são uma extensão de mim. Desenho todos os dias, onde quer que esteja. Num arranha-céus em Hong Kong, num restaurante em São Paulo, numa cratera nos Açores, numa basílica de Velha Goa ou à frente do Coliseu de Roma. É nos meus cadernos de desenho que transporto o mundo inteiro. Por esse motivo, tornou-se inevitável que a minha paixão me guiasse à ilustração, a minha vida profissional.”
4. Rota Vicentina
Desde 2015 que percorre o Trilho dos Pescadores e os Históricos da Rota Vicentina. “Palmilho a costa, montes e vales, venço linhas de água, desço ao sapal, até as minhas botas desaguarem no oceano. Tudo emociona. A força do mar, a paisagem costeira selvagem, o voo das cegonhas, a doçura do medronho, o brilho das camarinhas e a brancura da esteva. É perfeita a comunhão do Atlântico com o montado alentejano.”
5. Gastronomia
“Ser português e gostar de comer são sinónimos. Um queijo fresco de Portal da Nave com mel de rosmaninho do barrocal algarvio, uma sopa de tomate em São Luís, umas lapas grelhadas e uma Kima de maracujá em Mosteiros, um cachorrinho fumegante ao balcão na Invicta, uma sandes de presunto com vinho verde na malguinha. Um País genuíno nos sabores. Sem adoçantes ou conservantes.”
6. Música
“Há dias em que me sinto portuguesa como a guitarra nos samples de Stereossauro, gitana no flamenco de Rosalía, doce ao ouvir Mayra Andrade, vibrante a ouvir Capicua, serena na voz de João Gilberto ou caótica na batida de Alok. Tudo depende do pulsar do coração em determinado dia.”