Em menos de um mês, muita coisa mudou, sem alterar a essência. O Plano B, um dos primeiros bares a dar música à baixa do Porto, tem nova gerência e, desde o passado dia 21, voltou a agitar as noites da Rua Cândido dos Reis.
Com um palco maior, tem agora um programa de concertos alargado, novas cores nas paredes e um sistema de luz e som ligado a uma experiência imersiva. “A intenção sempre foi dar um boost à programação, com mais concertos e áreas de performance, mantendo a linha do Plano B”, diz à VISÃO Se7e Ricardo Costa, 36 anos, o novo proprietário. Manteve-se aquele lado “intimista e próximo dos artistas”, que caracteriza o bar desde a sua abertura, em dezembro de 2006. “Esse lado é também a nossa mais-valia. Aqui estamos a um palmo do palco e isso torna tudo mais emocional”, continua.
Onze anos depois de se ter mudado para Londres, e cansado da agitação da capital britânica, Ricardo Costa optou por regressar ao Porto, assumindo a gerência do Plano B, onde, diz, ter sido muito feliz. “É a minha casa de eleição, à qual tenho uma forte ligação sentimental”, explica o empresário, que tem também a Bazarov, editora de ficção e ensaios, e é sócio dos restaurantes KUG – Kitchen & Urban Garden, junto ao Quarteirão das Artes, e O Marmorista, na Boavista.
No primeiro andar, há agora sofás vermelhos a dar um toque mais acolhedor à galeria, que convida à conversa, a ouvir música ou a beber um copo. Em breve, irá acolher exposições e instalações para oferecer “uma experiência mais imersiva de som e luz”, diz Ricardo. Quanto à cabine de DJ, encontra-se na sala do fundo, que, a qualquer momento, poderá virar uma terceira pista.
Já no andar inferior, a sala tem um palco maior e uma nova tela de projeção, permitindo receber bandas com 12 elementos e, ao mesmo tempo, diversificar o programa cultural. Na sala Cubo, dedicada à música eletrónica, melhoraram-se as condições de acústica e de luz, e a cabine passou a ocupar toda a parede de granito. “Estamos num edifício histórico que carece de manutenção, aproveitamos a pausa para melhorar as condições técnicas, estéticas e de conforto”, continua Ricardo.
Uma agenda para três meses
Há 15 anos no centro histórico do Porto, o Plano B mantém-se como uma referência da cidade. “Temos condições para realizar espetáculos equiparados às grandes salas”, sublinha o proprietário. A nova programação aposta nos concertos e já tem datas para os próximos três meses.
A 25 de fevereiro, Capicua irá celebrar o décimo aniversário do seu primeiro álbum homónimo, lançado em 2012, e três dias depois, a 28, noite de Carnaval, os Linda Martini tocam ao vivo Errôr, dando início à digressão de apresentação do seu novo disco. No primeiro dia de abril, há hip hop em português com o Conjunto Corona, e, na noite seguinte, a 2 de abril, chegará o ritmo frenético dos Paus. Entre as propostas internacionais figuram nomes como Massimiliano Pagliara (4 mar) e Byron The Aquarius (11 mar).
Antes, já nesta sexta, 28, o ator Nuno Lopes regressa à cabine de som e a banda Yakuza dará um concerto para apresentar o álbum Aileron, lançado em 2020. Na pista de dança, a 12 de fevereiro, estreia-se a festa mensal Disrupto, na qual os DJ que costumam ocupar a sala Cubo transferem-se para o Palco, e vice-versa. A primeira edição contará com um concerto da banda portuguesa Holy Nothing, um set de Ultra Flava e outro da dupla Xinobi & Moullinex, e um showcase da Príncipe Discos, com DJ Nigga Fox e DJ Narciso. Será uma noite de sonoridade mais eletrónica, cujo mote é “dançar sem regras.”
Paralelamente, haverá uma nova residência mensal, com curadoria de David Moreira, chamada Hi-Fi, cujo objetivo é criar bandas sonoras de ritmos inesperados, enquanto as noites de quinta-feira, na sala Palco, vão ter curadoria de Kebraku. Nomes como DJ Vibe, um habitué da casa, Sam The Kid, André Tentúgal, Darksunn e Slimcutz estão garantidos. É uma outra vida, esta, do Plano B, ao vivo e a cores.
Plano B > R. Cândido do Reis, 30, Porto > planobporto.com > sex-sáb 22h-6h, a partir de fevereiro, abre também à quinta > concertos €5 a €15