1. Bife tártaro, no Gambrinus
Adora cozinhar, para si e para os outros, e à mesa, gosta de migas alentejanas, bacalhau (de todas as formas e feitios), lulas recheadas, pescada cozida, lagostins, soufflés, amêijoas e mexilhões, tartes de tudo, pastas… “Mas o melhor bife tártaro continua a ser o do Gambrinus.”
2. Clarice Lispector
Tinha 23 anos, quando leu Clarice Lispector pela primeira vez. “Com ela, com Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, aprendi a não perder o ‘momento’. Talvez a coisa mais importante na vida.”
3. Timor-Leste
Viajar, diz, é o que mais gosta de fazer na vida. “Conheço muitos lugares do mundo, mas é a Timor-Leste que quero voltar. Está tudo por fazer naquela ilha e eu gosto de ver as coisas crescerem, de preferência de t-shirt, calções e havaianas.” Outro destino onde deseja ir é ao Japão: “Quero perceber porque foi o lugar escolhido pelos meus pais aquando do regresso da Guerra Colonial.”
4. Praia Grande, em Sintra
Lugar de memórias e de finitude: “Sempre ouvi dizer que era ‘onde o inverno passa o verão’. Não me lembro de um único sem nevoeiro ou chuva miudinha. Quando eu morrer, façam–me um favor: espalhem as minhas cinzas na Praia Grande. Mas na areia. Quero pensar que por cima de mim vão estar os primeiros amores de verão, aqueles que se enterram na areia.”
5. Filme preferido
Viu apenas uma vez Identificazione di una Donna, de Michelangelo Antonioni: “Tão belo me pareceu naquele instante, que não arrisco perder essa memória.”
6. Casa/atelier
“A minha casa é circular, podemos andar às voltas, ela não tem fim. Gosto de estar a pintar e, nos pequenos intervalos (a pintura tem muitos compassos de espera), ir descascar cebolas. Depois limpo as lágrimas e volto aos pincéis. Se tivesse de lhe dar um nome, tipo casa de emigrante, chamava-lhe Maison Ouroboros.”