1.O Livro por Vir, de Maurice Blanchot
“Surpreendeu-me pela dificuldade, mas gosto de regressar às coisas que não entendi bem.” Fê-lo em 2020, quase 15 anos depois da primeira leitura. “Encontrei, neste livro, uma das mais misteriosas e profundas discussões sobre a natureza da imaginação e da composição literária”, sublinha. “Reconheço-me na descrição de Blanchot.
2. A sala de casa
Diz ser “uma pessoa de interiores” e refere um lugar especial: “A sala da nossa casa, durante a noite, enquanto escolhemos e corrigimos fotografias, revemos textos, conversamos, namoramos, discutimos.” Fala no plural, a recordar os serões passados com Humberto Brito, o marido, com quem fez Regras de Isolamento, uma espécie de diário do confinamento, lançado em setembro de 2020.
3. Canetas de aparo
Herdou a coleção do avô materno. “Comprou-as com sacrifício e ofereceu-mas, para que eu lhes desse uso. São o objeto que mais estimo, amuleto contra o medo e a cobardia”, conta.
4. Zambujeira do Mar
É destino recorrente nas férias, e Djaimilia guarda com intensidade as memórias de uma viagem feita com o marido: “Os últimos minutos de uma chegada à Zambujeira do Mar, ainda namorados, de carro, alta noite, há 19 anos. A sensação de tempo dilatado, o cheiro das camarinhas, o som das ondas.”
5. Passing Through Eden, de Tod Papageorge
Neste livro, o fotógrafo registou anos de deambulações pelo Central Park, em Nova Iorque. “As imagens fixam os momentos de lazer dos nova-iorquinos, sentados ao sol, a jogar xadrez, a ler, a namorar, absortos. É o livro de uma vida e um Jardim do Éden imprevisto e apinhado”, descreve a escritora.
6. Moon Maiden
“Nesta canção, composta por Duke Ellington por ocasião da missão Apollo 11, em 1969, ouvimo-lo cantar. A sua voz é apoteose do cool: sensual e sugestiva, mágica.”