1. A voz de Leonard Cohen
O músico canadiano, falecido em 2016, é um dos cantores de eleição de Matilde Campilho. “Seja em canções como Who By Fire ou Famous Blue Raincoat, seja no discurso que fez quando recebeu o prémio Príncipe das Astúrias. Não é só o conteúdo das palavras de Cohen que parece acertar quase sempre, são também o timbre e a melodia que me atingem ainda no lugar certo”, confessa.
2. Praia do Guincho, Cascais
Poderia referir qualquer uma, ou algum caminho até ao areal e ao mar. “As estradas até à praia costumam ser bons lugares”, diz. “Mas a do Guincho é aquela da qual guardo uma memória mais antiga. Memória essa que estou sempre a renovar, porque é uma praia à qual regresso sempre, no verão ou no inverno.”
3. Livraria Hatchards, em Londres
Da livraria londrina mais antiga, a escritora recorda um sofá verde gasto, encostado a uma janela. “Lá fora, Piccadilly passa agitada, mas naquele sofá fica tudo quieto. Sempre que vou à cidade faço por acabar o dia ali sentada, a descobrir outros livros, ou só quieta. As livrarias – principalmente as mais antigas – são para mim, ao mesmo tempo, lugares de descoberta e de descanso.”
4. As fotografias de Luigi Ghirri
O fotógrafo italiano Ghirri (1943-1992) contrariava as demandas do estilo e registava, sublinha Matilde, “o detalhe do quotidiano, o banal que aparentemente ignoramos mas que afinal de contas nos constrói”. “Cada fotografia dele é uma história que nunca termina de acontecer.”
5. Estúdio da rádio Antena 3
“Onde me sento todas as semanas para gravar, com o meu bom amigo Tomás Cunha Ferreira, o nosso programa Pingue Pongue.”
6. Jardim do Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Para a autora, é um dos lugares mais tranquilos de Lisboa. “Ali, sobre a relva, somos um ponto mínimo entre o rio, as estátuas e a pintura.”