1. Casa da Achada, Lisboa
Sente-se bem entre os livros e os quadros do escritor Mário Dionísio, de quem foi aluno. “Gosto tanto dele e da Eduarda [Dionísio], sua filha. E depois, a quantidade de coisas que ali se fazem. De vez em quando, vou lá falar, é sempre uma alegria”.
2. Rua Anchieta, Lisboa
“Ai, sábados de manhã, ir ao barbeiro – e depois passear pela Rua Anchieta cheia de livros que eu amei, que perdi, que nunca comprei, que procuro, que encontro, que trago. Ai, sábados de manhã, a lembrar os que comigo por lá se encontravam, as duas piadas que trocávamos, as desgraças que escondíamos.”
3. Teatro da Politécnica, Lisboa
“Não é que goste muito. Está meio escondido, longe da rua, à entrada do Jardim Botânico. Mas é onde eu trabalho, onde passo os dias a preparar–me, onde encontro os atores e, depois, passado um tempo, os espectadores. Sim, é onde penso, onde ando, onde abraço, onde estão os meus amigos. Não é isso o paraíso? Devia ser.”
4. Cinema Ideal, Lisboa
É na zona do Calhariz que encontra aquele que chama “o derradeiro cinema de Lisboa”: “Um cinema de rosto humano, como se dizia do socialismo… Um cinema provocante, os melhores filmes, as melhores gentes, um cigarro cá fora, uma água das Pedras lá dentro…”
5. Jardim das Amoreiras, Lisboa
“É o jardim da minha infância e, agora, da minha velhice. A minha mesa de café pela manhã ou de conversa ao domingo. Sim, às vezes, encontramo-nos. Amigos!”
6. Piazza di Santa Maria em Trastevere, Roma
Para falar sobre esta praça romana, Jorge cita David Mourão-Ferreira: “Quero uma rua de Roma / com seus rubros com seus ocres / com essa igreja barroca / essa fonte esse quiosque…” E acrescenta: “Mas eu era mesmo essa praça, com o seu café de esquina, a fonte, o caminho estreito que me levava à casa da minha amiga Titina Maselli… Era essa praça, essa Roma. Sim, eu também quero uma rua de Roma.”