1.Casa do Cinema Manoel de Oliveira
Foram mais de 20 anos a aguardar a concretização do projeto, que pretende homenagear a obra do realizador português e dedicar-se à sétima arte, nomeadamente ao cinema contemporâneo de autor. Convidado a intervir, o arquiteto Siza Vieira manteve uma ramada de buganvílias a ligar os dois edifícios da Casa do Cinema Manoel de Oliveira – um resultante da reconversão da antiga garagem do Conde de Vizela (em tempos, dono desta propriedade); outro inteiramente novo, com janelas amplas em diálogo com o Parque de Serralves. Na casa original, ficam as áreas expositivas. Uma permanente (mas com renovações constantes) no piso superior, onde se dá a conhecer a obra do cineasta ao longo de oito décadas, com a apresentação da sua filmografia complementada por documentos extraídos do acervo. As mostras temporárias decorrem no piso inferior, estando até fevereiro ocupado com A Imagem da Palavra, dedicada ao cineasta Eugène Green. No novo edifício, fica a sala de cinema com 59 lugares (e uma programação regular e diversificada), o Serviço Educativo com programas para vários públicos e um espaço dedicado à investigação, além do depósito onde está guardado o gigantesco acervo do realizador. R. de Serralves, Porto > T. 22 615 6584 > seg-sex 10h-19h, sáb-dom 10h-20h > €12
2.Pavilhão Rosa Mota
Encerrado para obras durante dois anos, o emblemático edifício reabriu em outubro, com dois concertos dos Ornatos Violeta. Numa sala esgotada, a cheirar a novo, era grande a expectativa, e a banda do Porto deu tudo no palco do Pavilhão Rosa Mota. O projeto visou melhorar as condições acústicas e térmicas, sem alterar a arquitetura exterior, com 768 óculos na cúpula, desenhada por José Carlos Loureiro. Além da sala para oito mil pessoas, há agora um centro de congressos, salas para exposições e bares, com diversas opções, sob a alçada do chefe de cozinha Marco Gomes, do restaurante Oficina. Confirmados estão o espetáculo Carmina Burana, de La Fura dels Baus (28 dez), e os concertos de Ana Carolina (2 abr), Joss Stone (5 abr) e Michael Kiwanuka (9 mai). R. Dom Manuel II, Porto > seg-dom 8h-19h (out-mar), seg-dom 8h-21h (abr-set)
3.Treetop Walk Serralves
No Portugal dos passadiços (este verão, dedicámos até uma capa ao tema), o Parque de Serralves abriu, em setembro passado, o primeiro passadiço construído em altura, na copa de carvalhos, pinheiros, ciprestes, eucaliptos e até duas sequoias. A obra, do arquiteto Carlos Castanheira, em parceria com Álvaro Siza, tem 250 metros de comprimento e um percurso horizontal que acompanha o desnivelamento do terreno – a altura da estrutura varia entre um e 15 metros (a zona do lago é a mais alta). Conta ainda com dois miradouros e um auditório, especialmente pensados para as oficinas organizadas pelo Serviço Educativo. Durante o percurso, podem escutar-se as aves que habitam o parque, como o pisco ou a pega-rabuda, e observar-se as vacas, ao longe, a comerem erva no prado. Parque de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > seg-sex 10h-18h, sáb, dom, feriados 10h-19h > €10 (entrada no Parque), 12-17 anos e maiores 65 anos €5, menores de 12 anos grátis
4.Torel 1884 Suítes & Apartments
Os produtos que os navegadores portugueses trouxeram da América, de África e da Ásia durante os Descobrimentos dão tema aos 12 quartos deste hotel, do grupo Torel Boutiques, a ocupar uma casa de 1884. No edifício de três andares da Rua Mouzinho da Silveira, funciona o Bartolomeu Bistro & Wine, aberto a não hóspedes, onde a ideia é petiscar com um copo de vinho. Entretanto, o hotel estendeu-se para 11 apartamentos com nomes de especiarias (Pimenta, Canela, Gengibre, Cardamomo…), na Rua das Flores, ali a dois passos. A reabilitação de edifícios, no Porto, pelo grupo (que já antes tinha transformado uma casa dos anos 40 no Torel Avantgarde) não ficará por aqui: em janeiro, prepara-se para abrir o Torel Palace Porto, na zona da Batalha, num palácio de 1861. R. Mouzinho da Silveira, 228, Porto > T. 22 600 1783
5.Hot Five Jazz & Blues Club
Encerrado desde 2011, o cinema Nun’Álvares reabriu no início de abril como clube de jazz, e desde logo se percebeu que iria mexer com a zona da Boavista. O Hot Five Jazz & Blues Club – Uptown, com concertos ao vivo, é o segundo bar do músico portuense Alberto Índio. “Foi uma aposta arriscada e ambiciosa, mas tem superado todas as expectativas”, confidencia. Na agenda, destaca-se o concerto da mítica banda Trabalhadores do Comércio, já no próximo dia 27, e o Tributo a Jimi Hendrix, pela formação Budda Power Blues, a 18 de janeiro, com a tela de cinema de novo a funcionar. “Vamos ligar imagens à música”, revela Alberto Índio. A não perder também os concertos da Hot Five Big Band, a orquestra residente, composta por 16 músicos, que ocupa o palco todas as últimas quintas de cada mês. R. Guerra Junqueiro, 495, Porto > T. 93 464 0732 > qui-dom 21h30-2h30
6.Galeria SP620
Pablo Berástegui chegou a ser responsável pela PhotoEspaña, além de ter estado à frente do programa San Sebastián – Capital Europeia da Cultura, em 2016. Mas virou costas a tudo isso para, diz o espanhol, “estar mais perto do ato criativo, ter tempo para pensar e fazer algo de escala mais pequena”. Instalou-se num antigo armazém do Porto e, em abril deste ano, abriu a SP620, uma galeria dedicada à fotografia, sobretudo documental, que tem como mote o programa Salud au Monde!, título de um poema de Walt Whitman que celebra a diversidade. Além de financiada por uma comunidade de pioneiros, a SP620 procura novas formas de aproximar o público e os artistas, como as edições de pequeno formato, numeradas e mais acessíveis, para quem pretenda iniciar uma coleção de fotografia. Para fevereiro do próximo ano, está agendada uma retrospetiva de Cristóbal Hara, que se tem dedicado a registar a vida quotidiana das aldeias espanholas. R. Santos Pousada, 620, Porto > T. 91 389 1413 > qua-sáb 14h-19h
7.Casa de São Roque
Abandonado durante anos, o Palacete Ramos Pinto reabriu, em outubro, como Casa de São Roque, um centro de arte moderna para a cidade. Com a reabilitação do edifício, resultante de um acordo entre a Câmara Municipal do Porto e Pedro Álvares Ribeiro, dá-se agora a conhecer a coleção de arte do banqueiro (com obras de Jorge Molder, Paulo Nozolino e Rui Chafes, entre outros), bem como os interiores da casa do século XVIII. O programa artístico, no qual estão previstas três exposições por ano (até 8 de março, mantém-se a retrospetiva de Ana Jotta), inclui ainda concertos de jazz e clássica, uma vez por mês. A propriedade confina com o Parque de São Roque, com cerca de 200 cameleiras e um labirinto de Buxus sempervirens. R. São Roque da Lameira, 2092, Porto > seg, qua-dom 13h30-19h (out-mar), 13h30-20h (abr-set) > €7, menores de 12 anos grátis, 13-18 anos e mais de 65 anos €3,50, 1ª segunda-feira do mês grátis