Um dia, Francisco Martins, 31 anos, saiu de casa para ir beber um copo. Escolheu o Cantinho da Saudade, no Cais do Sodré, meio ao acaso. Assim que pôs um pé no bar, perguntou ao proprietário porque tinha uma garrafa de um bom gin virada ao contrário. Ao que ouviu do outro lado do balcão: “Se quiser, pode entrar e preparar algumas bebidas, fique à vontade.” E por ali esteve durante três anos a trabalhar. “Aprendi tudo sobre gestão, naquele bar”, diz Francisco, formado em Representação.
Quando soube que a dez metros do Cantinho da Saudade ia ficar disponível um outro bar, decidiu lançar-se numa nova aventura. E assim abria o Palheta, em junho deste ano, onde os cocktails se bebem ao som de boa música. O nome escolhido ganha aqui duplo significado. “Dar à palheta, que é como quem diz estar na conversa durante horas, mas que também remete para o acessório usado para tocar guitarra”, explica Francisco, que tem na música uma das suas grandes paixões, alimentada pelo avô e por um tio, de quem herdou vários vinis. Não é, por isso, de estranhar que as primeiras compras tenham sido um piano, um cajon, uma guitarra e um gira-discos. Ali a música pede um Lady Holiday, cocktail de autor feito com sumo de manjericão, pepino, gin e St. Germain (€6), e um petisco, como a tosta de queijo de cabra, mel e alecrim (€4,50), a salada de polvo (€5) ou o chouriço assado (€4).
Palheta > Tv. Ribeira Nova, 30, Lisboa > T. 91 622 5600 > ter-dom 18h-2h, sex-sáb, véspera de feriado até às 3h