Salvar a Humanidade de uma pandemia mundial, construir uma intrincada rede de linhas ferroviárias, ser um espião na Guerra Fria, colonizar a ilha da Madeira… Tudo isto pode acontecer numa tarde passada à volta dos jogos de tabuleiro d’A Jogar é que a Gente Se Entende, em Vila do Conde. O último registo contabilizava 891 títulos, para todas as idades e todos os gostos, e, com o pagamento de uma taxa de €2, pode-se usufruir da coleção construída por Manuel e Dina Silva, enquanto se comem uns petiscos.
Quando se entra, o local parece um simples café, com uma oferta que vai desde as tostas às tibornas, tábuas e cervejas artesanais. Os jogos, esses, estão guardados numa “gruta” e divididos em quatro categorias, assinaladas por cores: os verdes são os mais acessíveis; os amarelos não têm grande dificuldade, para quem esteja habituado a estas lides; os vermelhos são mais complexos; os azuis revelam-se ideais para jogar entre duas pessoas. “Em Portugal, não há a cultura de jogos de tabuleiro, associa-se a uma brincadeira de crianças”, nota Manuel Silva.
Ainda assim, desde a abertura, no início de outubro, tem conseguido atrair famílias, casais e grupos de amigos. Até já convenceu um grupo de senhoras reformadas, pouco recetivas à ideia, a passar uma tarde animadíssima. “Dá-me imenso gozo cativar as pessoas.” Nos torneios, o convívio é ainda mais favorecido. “Numa mesa de jogo, conhecemos melhor uma pessoa do que com uma hora de conversa”, sublinha Manuel. Será mesmo a jogar que a gente se entende?
Nas Segundas a Jogar não é cobrada a taxa de utilização diária (€2) e, ao domingo de manhã, há sessões de contos para crianças
A Jogar é que a Gente Se Entende > R. Joaquim Maria de Melo, 244, Vila do Conde > T. 91 018 2995 > qua-qui, dom-seg 12h-24h, sex-sáb 11h-2h