É um outro parque que se descobre nas visitas noturnas a Serralves, durante o verão. À quarta edição do Há Luz no Parque, a fundação convidou João Paulo Feliciano a expor algumas das suas obras e, ao mesmo tempo, a intervir na própria iluminação do parque. “Temos menos luz para ver mais longe”, salienta o artista, que tem explorado as tecnologias ligadas à luz e à iluminação. Entre-se então pelo portão, junto à Colher de Jardineiro, para daí seguir o caminho até ao museu e aí descobrir Colour Studies for Colour Building (2002-2005), sofisticada caixa de luz que sugere dezenas de possíveis combinações de três cores. Já na Clareira dos Teixos, é a versão atualizada de Colour Building – peça que apresentou na exposição em Serralves, em 2004 – que se descobre, enquanto na escuridão do Prado está White Cube/Colour Cube (1999), cubo de luz intensa, animada por um programa aleatório que permite infinitas e surpreendentes evoluções cromáticas.
A intervenção do artista incluiu a Casa de Serralves que está, até 9 de setembro, também iluminada. “Mais por dentro do que por fora”, nota João Paulo Feliciano. As obras serão visíveis do exterior. Árvore sem Sombra, peça construída com lâmpadas fluorescentes, pertencente à Coleção Berardo e que, em 2006, esteve em exposição na Assembleia da República. E dois dos seus trabalhos mais recentes: Nostalgia (2018), pequena escultura de uma mesa que toma forma a partir de um candeeiro e da caixa que guardava as lâmpadas da antiga fábrica Lumiar, e, no salão principal, Temporary Lamp Sculptures, série de esculturas que recorre a diversos tipos de lâmpadas e suportes, desenvolvida especificamente para a intervenção em Serralves. O parque, esse, é para descobrir livremente, em visitas guiadas (sextas e sábados), nas sessões que revelam os animais do parque (quintas) ou nos workshops de fotografia noturna.
Museu de Arte Contemporânea de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > até 9 set, seg-dom 21h-24h > €5, menores de 12 anos grátis