A equipa do OKNA: Isabela Olaru e Ana Borges com os fundadores, Radu Sticlea e André Lameiras
Lucilia Monteiro
É gelado e silencioso o caminho que nos leva até Chernobyl: camas vazias, bonecos esquecidos, um carrossel imóvel na natureza a despontar. O retrato, em fotografia e vídeo, de vidas e lugares perdidos da antiga União Soviética, captado por Teresa Vieira para a exposição Utopia – Uma triko(to)m(ia) na memória, patente até segunda, 7, foi o escolhido pelo português André Lameiras e pelo romeno Radu Sticlea para a inauguração do OKNA, o mais recente espaço cultural do Porto. “É uma janela aberta para a Europa de Leste”, dizem os mentores, que pretendem aproximar os dois lados do velho continente e acabar com preconceitos. De uns e de outros.
Trazer a cultura de lá para cá é uma das prioridades do programa artístico – através de exposições, ciclos de cinema, workshops, debates e conversas. Levar projetos de artistas nacionais para leste também, bem como envolver os mais novos no cinema de animação, e em histórias e lendas tradicionais. “É um projeto educativo e não apenas uma coisa artística”, reforça André. Nesta casa da cultura, que ocupa cinco salas, de paredes brancas – em breve terá um bar –, encontra-se “um lugar de partilha, aberto à comunidade”.
Antes do OKNA, já André e Radu tinham organizado, em 2017, o BEAST, festival de cinema da Europa de Leste que esgotou o Rivoli logo na noite de abertura. Com os fundadores está também Ana Borges e Isabela Olaru, responsável pela mostra de ilustração e filmes do Báltico ArtAmalgam (a partir de 26 de maio). Já o realizador romeno Alexandru Ponoran conduz, nos dias 5, 6 e 13 de maio, um workshop de fotografia noturna.
O retrato, em fotografia e vídeo, de vidas e lugares perdidos da antiga União Soviética, captado por Teresa Vieira para a exposição “Utopia – Uma triko(to)m(ia) na memória”, patente até segunda, 7
Lucília Monteiro
Okna > R. Igreja de Cedofeita, 27, Porto > T. 91 693 9521 > seg-sex 10h30-18h, sáb 14h-18h