A 14ª edição do Serralves em Festa promete deitar abaixo barreiras. Sob o tema “Quebrar Muros”, estarão no Porto artistas de Espanha, Polónia, Bélgica, Japão, França e muitos outros países, e ainda de outras regiões do país, cruzando diferentes disciplinas artísticas: circo contemporâneo, música, teatro, fotografia, artes plásticas e cinema. Um sinal, defende Suzanne Cotter, diretora do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, de que, pela “reflexão sobre a transdisciplinaridade da programação artística” se quebram mesmo os muros. Este ano, a festa gratuita, que se instala no Museu e no Parque de Serralves, durará mais dez horas do que o habitual (terá 50, em vez de 40), entre as oito da noite de sexta-feira, 2, e as 22 horas de domingo, 4.
Como aperitivo, haverá espetáculos apresentados, logo na quinta-feira, 1 de junho, no aeroporto e na Baixa do Porto (Jardim das Virtudes e Terreiro da Sé), que depois se repetirão em Serralves. Como o da companhia espanhola Vaivén Circo, Do Not Disturb, que põe os atores a montar uma roda de 120 quilos, ou a performance da polaca Ola Maceijewska, Louie Fuller: Research, ou, ainda, a instalação/performance Dead Plants & Living Objects, dos músicos Pierre Berthet (Bélgica) e Rie Nakajima (Japão).
No circo contemporâneo destaca-se a peça Horizon, em que a francesa Chloé Moglia estará suspensa na paisagem, Halka, do Grupo Acrobático de Tanger (pirâmides humanas, rodas e saltos), e La Cosa, de Claudio Stellato, onde quatro atores apresentam “a relação entre o corpo e a matéria” a partir da madeira.
Na música viaja-se pelos sons dos portugueses Lula Pena, Sensible Soccers, Toulouse, Escola do Rock de Paredes de Coura, Quarteto de Cordas de Matosinhos, do flamenco do espanhol Niño de Elche, ou do americano Terry Riley, que atua com o filho Gyan Riley, ou, só para dar mais um exemplo, do grupo japonês OOIOO, de Yoshimi, vocalista dos Boredoms. Invulgar será o sleep concert, da The Phonetic Orchestra, que nos convida a passar a noite de sexta para sábado numa sala a ouvir a estreia da obra de Jon Heilbron, com a duração de oito horas. Uma maior aposta nas oficinas para famílias e uma nova área de reflexão com José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz 1996, a debater Os Caminhos da Ásia, completam o programa.
Com Serralves em Festa, termina a primeira fase da exposição Joan Miró: Materialidade e Metamorfose, que encerra no domingo, 4, para a readaptação da Casa de Serralves. De sexta a domingo, 2 a 4, todas as exposições podem ser visitadas durante o dia e a noite.
Serralves em Festa > Museu e Parque de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > 2-4 jun, sex 20h (abertura de portas 18h) até dom 22h > grátis