Dir-se-ia que sempre esteve aqui. À espera de habitués, tal como o outro Bonaparte, o da Foz, nos últimos 40 anos. Agora, mesmo sem a vista de mar, “os clientes vão sentir-se em casa”. Cláudia Teichgräber – juntamente com o irmão, Pedro, e o marido, Paulo Andrade – recriaram o novo Bonaparte à imagem do original. Além de boxes à entrada e iluminação suave, às paredes prenderam mais de mil peças, a maioria das quais herdadas da coleção de antiguidades do pai, Klaus. E, tal como o da Foz, este Bonaparte também tem alma de pub inglês. É no pormenor que as diferenças aparecem. “São tudo peças que dizem muito às pessoas”, afirma Paulo Andrade. Paulo escolheu a velha escada de suporte de copos, o gramofone, o quadro de Napoleão, mas também os antigos cacifos, as malas, os livros, os telefones, as pequenas figuras em madeira, o saleiro e, claro, a pasteleira. Mantendo a tradição, o Bonaparte convida à tertúlia e à boa disposição. Continua a ter a mesma cerveja, a irlandesa Guinness, de pressão, a alemã Erdinger, e muitas belgas. Por indicação de Mário Rodrigues, a carta estendeu-se ao bife tártaro, gambas ao alho, pimentos padrón, polvo com molho verde, mantendo o prego de lombo em pão. Os empregados não mudam, tanto servem na Foz como na Baixa. E a música? Será dos anos 80 e 90, embora as Bose sejam da década de 70. Diz Cláudia Teichgräber que “a Josefina continua na Foz, deixando Napoleão invadir a Baixa”.
Bonaparte Downtown > Pç. Guilherme Gomes Fernandes, 40, Porto > T. 22 096 2852 > seg-qui, dom 17h-2h, sex-sáb 17h-4h