FICÇÃO
1. Toda a Ferida É Uma Beleza
Djaimilia Pereira de Almeida
Uma história, um conto, uma fábula: o livro é difícil de definir, porque o tema também o é. Djaimilia Pereira de Almeida está de regresso, com a publicação de um volume que procura delinear o contorno de uma menina, e “se há coisa que nunca ninguém descobriu, e que não pode descobrir-se, é o que é uma menina”. À dúvida da prosa juntam-se os desenhos de Isabel Baraona, num livro que se confunde com um álbum para todas as idades. A menina em causa chama-se Maria e vive subjugada pela madrinha, que quer que a afilhada seja o mais normal possível. Só que Maria gosta de escrever e de rir e de se divertir. Um confronto entre convenção e imaginação. Relógio d’Água, 64 págs., €16,50
2. Contos Plausíveis
Carlos Drummond de Andrade
Na coleção Os Melhores Deles Todos, dirigida por Abel Barros Baptista e por Clara Rowland, dedicada à Literatura Brasileira, um volume com os contos que Carlos Drummond de Andrade publicou em 1981 e que inicialmente escreveu para o Jornal do Brasil. “Estes contos (serão contos?) não são plausíveis na aceção latina de merecerem aplausos”, diz o escritor na apresentação. “São plausíveis no sentido de que tudo neste mundo, e talvez em outros, é crível, provável, verosímil. Todos os dias, a imaginação humana confere os seus limites, e conclui que a realidade ainda é maior do que ela.” Histórias curtas sobre pequenos e delirantes acontecimentos do quotidiano. Em posfácio, uma conversa entre Joana Matos Frias e Rita Patrício. Tinta-da-China, 200 págs., €14,90
3. A Estranha Vida dos Ausentes
José Viale Moutinho
José Viale Moutinho tem sido um incansável recoletor de fábulas e contos do imaginário popular e da história da nossa literatura, percorrendo jornais e revistas, encontrando textos esquecidos ou inacabados. Tão variados quanto esses espólios são os seus escritos, quer na poesia quer no conto. A Estranha Vida dos Ausentes reúne uma vasta seleção dos seus contos mais recentes, com temáticas e registos muito diferentes. Na história mais curta, um mistério: “O comboio entrou no túnel. E nunca mais foi visto.” Na mais longa, um agente infiltrado é interrogado por vários inspetores. Ninguém acredita no relato, mas o inimigo anda próximo. Caminho, 304 págs., €16,90
4. Nós contra Os Outros
Fredrik Backman
Nascido em 1981, Fredrik Backman é um dos mais destacados escritores suecos da atualidade, com obras traduzidas um pouco por todo o mundo e adaptadas ao cinema e à televisão. No novo romance, Nós contra Os Outros, retoma as personagens de um dos seus maiores êxitos, Beartown. O título deste livro remetia para uma pequena comunidade, no Norte do país, rodeada de floresta, lar de gente honesta. Já o título da sua continuação remete para o trauma por que estes habitantes passaram – uma violação pela sua estrela de hóquei – e para as rivalidades que cresceram entre gerações, equipas e localidades. Um retrato dos desencontros da vida contemporânea, centrado, como em todos os romances de Backman, em pessoas comuns, cheias de qualidades e de fraquezas. Porto Editora, 472 págs., €18,85
5. A Mãe e o Crocodilo
José Gardeazabal
Há nos romances de José Gardeazabal uma vontade de mapear as tensões do nosso tempo, em particular como as convulsões políticas e sociais condicionam o indivíduo, quer se trate da divisão entre Ocidente e Oriente, da pobreza, de um vírus desconhecido ou de muros que separam as pessoas. Em A Mãe e o Crocodilo, o seu sexto romance, viajamos até uma Europa Central, indefinida mas facilmente reconhecível. Foi fascista e depois comunista, da mesma forma que atravessou a euforia industrial e hoje vive do lixo dos outros. É nesse contexto que emerge Vladimir, protagonista deste enredo cheio de buracos negros, tal como a História do seu desconhecido país. Não sabe quem é o pai, dificilmente percebe a mãe e tem por companhia um animal, o crocodilo do título, que também não compreende. Ainda assim, procura o amor e perceber porque as coisas são como são. “À minha volta, o aspeto do mundo diz-me que aqui se aprofundou uma maldade”, diz Vladimir, e o leitor não deixará de pensar no mundo em que vive. Companhia das Letras, 176 págs., €16,65
6. Os Náufragos do Autocarro
John Steinbeck
Na sequência da reedição das obras completas de John Steinbeck, Prémio Nobel de Literatura em 1962, que já conta com 18 volumes publicados, incluindo os mais famosos As Vinhas da Ira, A Leste do Paraíso e O Inverno do Nosso Descontentamento, a Livros do Brasil relança agora Os Náufragos do Autocarro. Trata-se de um romance de 1947, no qual se descrevem as vidas e os anseios dos trabalhadores do Interior da Califórnia, paisagem comum a muitas ficções do escritor norte-americano. Com a avaria de um pequeno autocarro, os passageiros têm de pernoitar numa garagem transformada em pensão. E, em capítulos sucessivos, dá-se a conhecer o percurso biográfico de cada um. Comum a todos é a vontade de refazer a vida e de encontrar o caminho para a concretização dos seus sonhos. Uma prosa crua e direta, para descrever tantas vidas incertas. Livros do Brasil, 280 págs., €17,75
7. Tai Pi – Um Olhar sobre a Vida na Polinésia
Herman Melville
Hoje, Herman Melville é sobretudo celebrado pelo romance Moby Dick e pelo conto Bartleby, o Escrivão, duas obras-primas da literatura mundial. Mas, em vida, o escritor norte-americano era conhecido como o autor de Tai Pi e, sobretudo, como alguém que vivera entre canibais. Na sua simplificação e no uso de estereótipos, a descrição resumia as aventuras que o próprio Melville tivera nas ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa, e que depois haveria de fixar numa prosa bem condimentada com uma boa imaginação. Publicado em 1846, quando tinha Melville 26 anos, Tai Pi também revelava um novo autor, interessado, desde o primeiro romance (agora novamente disponibilizado), pelos mistérios do mar – neste caso, através das aventuras de Tommo, ferido numa perna ao desertar de um navio. Manuscrito, 360 págs., €19,90
8. O Despertar
Kate Chopin
O Despertar, de Kate Chopin (1850-1904), é um livro que encaixa bem naquela categoria das pequenas preciosidades: conta a história de Edna Pontellier, uma jovem privilegiada que faz questão de rejeitar o lugar subalterno que a sociedade oitocentista, do Sul dos Estados Unidos da América, lhe reserva. Publicado originalmente em 1899, foi considerado “mórbido”, “doentio”, “ordinário”, “repelente”, e Kate Chopin foi condenada à proscrição. Chamaram-lhe a Madame Bovary americana, e, décadas depois, transformou-se num marco importante do modernismo e da literatura feminina. Além dessa condição, escreve Hélia Correia, é também um romance “extraordinário”: “consegue o tom e a profundidade, a beleza e o sopro de selva e de desordem, que são a marca de uma grande literatura”. S.B.L. Penguin, 184 págs., €13,25
NÃO FICÇÃO
9. A Escuridão Branca
David Grann
Em tempos de calor, um livro frio de rachar. Em A Escuridão Branca, o jornalista David Grann revisita as expedições que o Henry Worsley realizou entre 2008 e 2016. Apaixonado pela Antártida, este inglês refez os passos dos grandes exploradores do século XIX e, como alguns, morreu a perseguir essa quimera. Como sugere David Grann, mais do que a aventura, era o teste ao próprio carácter que estava em jogo, o ser capaz de nunca desistir. Bem documentado, o livro mostra como Worsley, depois de seguir os passos de Shackleton, Scott e Amundsen, pioneiros na exploração da Antártida, tentou atravessar o continente de uma ponta à outra. Ao relato das suas conquistas e avanços soma-se o impacto que os seus feitos tiveram. Quetzal, 152 págs., €14,40
10. A Mais Breve História da Guerra
Gwynne Dyer
Como diz a canção de Fausto, “a guerra é a guerra, no céu e na terra”, mas nem todas são iguais. E a imagem que fazemos dela também tem mudado de época para época. Até à I Guerra Mundial, chegou a ser vista como uma coisa necessária ou boa, caso acabasse com uma vitória. Desde então, porém, transformou-se num problema. Quem o diz é Gwynne Dyer, historiador militar que sintetiza, em 200 páginas, a nossa relação com a guerra. E fá-lo deixando de lado o aparato técnico ou mais próprio do campo de batalha, centrando-se nas pessoas, nas perceções e no que pode acabar de vez com os conflitos armados. Não sendo uma fórmula mágica – se o fosse, já teria sido aplicada –, é pelo menos uma boa reflexão para o futuro, na qual se recuperam mais de 5 000 anos de História. Presença, 240 págs., €17,90
11 e 12. Novas Andanças do Demónio e Literatura Portuguesa
Jorge de Sena
Em boa hora tem estado a Guerra e Paz a reeditar toda a obra de Jorge de Sena (deixando de lado a poesia, que é publicada pela Assírio & Alvim). As edições são cuidadas e contam com a coordenação do próprio editor, Manuel S. Fonseca, um apaixonado pela obra seniana, e de uma das filhas do escritor, Isabel de Sena, que após a morte da mãe assumiu o legado literário do pai. Em maio, saiu o título Novas Andanças do Demónio e, em junho, Literatura Portuguesa. O primeiro junta oito contos e um prefácio absolutamente prodigioso, que revela toda a verve de Jorge de Sena. Ora veja-se como teorizar sobre a própria escrita não é para todos: “O preconceito do ‘realismo’, com que a cultura portuguesa esconde o seu total divórcio das realidades e a sua inócua inoperância, por certo não dará licença que me apreciem os contos.” O segundo livro reúne as duas entradas que Sena escreveu para a 15ª edição da Enciclopédia Britânica sobre literatura portuguesa e brasileira. E é impressionante a capacidade de síntese do escritor, que traduz de forma simples e inteligente oito séculos de literatura. S.B.L. Guerra e Paz, 124 págs., €14 > Guerra e Paz, 104 págs., €13
13. Um Ocidente Sequestrado ou a Tragédia da Europa Central
Milan Kundera
Uma reflexão sobre a Europa de outros tempos, em que se lança luz sobre os desafios que o Velho Continente agora enfrenta. Um Ocidente Sequestrado ou a Tragédia da Europa Central reúne dois textos de Milan Kundera (1929-2023), escritor checo que passou grande parte da vida em França. O primeiro é um discurso, de 1967, proferido no Congresso de Escritores da Checoslováquia; o segundo é um artigo publicado, em 1983, na revista francesa Le Débat. Os dois refletem o ambiente da Guerra Fria, que então se vivia, e as grandes tensões na Europa. Textos nos quais se fala sobre a liberdade criativa e de expressão, o lugar das nações e a convivência entre povos e línguas diferentes. São preocupações que, hoje, nos remetem para os perigos dos movimentos nacionalistas e para a voragem censória, presentes em muitas sociedades ocidentais. D. Quixote, 80 págs., €11
14. Género Queer
Maia Kobabe
Uma banda desenhada, autobiográfica, sobre uma pessoa que apenas quis encontrar o seu lugar no mundo e, sobretudo, sentir-se bem no seu corpo. Se, aos 30 anos, não hesita em apresentar-se como não binária e assexual, durante muitos anos Maia Kobabe teve de lutar pela sua identidade, o que implicava inclusivamente encontrar as melhores palavras para se definir. Estudante de Belas-Artes, Maia Kobabe relata aqui a sua viagem, desde as primeiras dúvidas ao apoio dos pais, passando pelas principais inseguranças às alegrias permanentes. Um hino à liberdade e à individualidade, num livro acessível e apelativo, que procura inspirar pessoas em todo o mundo – porque o único género que conta é o humano. Asa, 240 págs., €19,90
15. Os Inquietos
Linn Ullmann
Para quem viu a sua forma tão bela e intensa de filmar a vida privada e familiar, não há certamente nada mais tentador do que ler um livro sobre a própria intimidade. E é isso que Os Inquietos, o volume de memórias da escritora Linn Ullmann, nos oferece. Ela é a nona filha de Ingmar Bergman, fruto de uma das muitas relações extraconjugais do cineasta. Embora tenha crescido na Noruega e nos EUA, passava os verões em Fårö, remota ilha sueca que o realizador transformou em refúgio. O livro é ainda mais interessante porque o próprio Bergman teve, já no fim da vida, vontade de escrever o seu volume de memórias, pedindo, para o efeito, a colaboração de Linn. Gravaram conversas, delinearam o projeto e conversaram longamente ao telefone. É a partir desse material, resgatado anos depois, que a filha constrói este retrato falado, a que acrescenta fragmentos, episódios, imagens e momentos. Tanto fala de si como do pai, do que os unia e da distância em que viveram, de uma ideia de família e das muitas vidas que o realizador diz ter vivido, sempre com protagonistas diferentes. Um livro sobre o enigma que era o pai. Relógio d’Água, 352 págs., €19,50
16. Ser Psiquiatra – Uma Vida Entre Voos e Famílias
José Gameiro
A família ao espelho pelo olhar de um dos mais conceituados psiquiatras portugueses. Com mais de 40 anos de atividade, José Gameiro reflete, neste volume, sobre as múltiplas dimensões do seu ofício, da terapia individual à de casal, da dor que se vive e aos padrões que se repetem. Para exemplificar a sua abordagem, o autor da crónica Diário de um Psiquiatra, publicada semanalmente no jornal Expresso, conta também a própria história de vida, salientando episódios que moldaram a sua personalidade e o seu exercício profissional. Com casos reais e ideias consolidadas, no decorrer dos anos, eis um livro que nos interpela e nos conduz a uma reflexão sobre o nosso bem-estar mental, tema cada vez mais na ordem do dia. Tinta-da-China, 168 págs., €14,90
17. O Rosto de Deus
Roger Scruton
Considerado o filósofo conservador inglês mais influente desde Edmund Burke, Roger Scruton (1944-2020) foi professor de Estética no Birkbeck College, em Londres, na Boston University, no American Enterprise Institute e na University of St. Andrews. O Rosto de Deus reúne as Conferências Gifford, proferidas justamente naquela última instituição, na primavera de 2010. “Há uma solidão humana que tem outra origem que não a falta de companheirismo, e não tenho dúvidas de que os místicos que meditaram sobre o facto têm razão ao vê-la em termos metafísicos”, defende o autor, no último capítulo do livro. Scruton propõe uma resposta à cultura ateísta, argumentando que os seres humanos e as sociedades contemporâneas beneficiariam de um regresso a um modo de vida religioso. Um livro que é, em suma, uma boa matéria para pensar. S.B.L. Edições 70, 220 págs., €17,90
Sei o que vais ler este verão…
Quisemos saber quais as histórias épicas, os parágrafos singulares, poemas, novidades ou volumes resgatados que vão acompanhar Luísa Sobral, Anabela Mota Ribeiro, Filipa Leal e Marina Costa Lobo
Luísa Sobral
Cantora e compositora, 35 anos
Estou a acabar A Lebre de Olhos de Âmbar, de Edmund de Waal. Demorei um bocado a entrar na história. Cheguei a 50% pronta a desistir, mas fui ler críticas que diziam que este livro é como escalar uma montanha, é difícil, só depois chegamos lá acima e a vista é maravilhosa. Então pensei: vale a pena ver a vista. Tenho dois clubes de leitura. Um é de amigas e de amigas de amigas (somos oito). Para o verão, comprámos Apneia, de Tânia Ganho. É um livro grande, vamos dar mais tempo do que um mês. O outro clube é com a minha mãe e amigas dela. É giro, porque são duas gerações diferentes, e a verdade é que muda muito a maneira como vemos os livros. O último, desse clube, foi dos mais bonitos que li nos últimos tempos: Tudo É Rio, da brasileira Carla Madeira. É tão maravilhoso que comprei, para este verão, os outros dois títulos que ela escreveu: A Natureza da Mordida e Véspera. Gosto quando a prosa e a poesia se misturam (sublinhei quase o livro inteiro da Carla Madeira). Quero muito ler Stoner, de John Williams; Flores, de Afonso Cruz, e o último de Chico Buarque, Anos de Chumbo, que é de contos. Ele é aquilo que eu gostava de ser: músico e escrever romances maravilhosos.
Anabela Mota Ribeiro
Jornalista, 51 anos
Vou ler Perder-se, o mais recente livro traduzido para português da Prémio Nobel da Literatura, Annie Ernaux. É um diário íntimo que reporta a um período em que ela vive uma relação intensa e secreta com um diplomata russo mais jovem, casado, e que a deixa à beira da obsessão. Gosto muito da obra da Annie Ernaux, que leio em contínuo há dois anos. Neste livro, que é um diário, há para mim uma evidente relação entre outros que escreveu, nomeadamente, Uma Paixão Simples. Agrada-me muito o facto de ser um registo diarístico ou de memórias, como é próprio dos livros da Annie Ernaux, e desafiar aquilo a que habitualmente se entende por romance. Quero reler o Memorial de Aires, de Machado de Assis, relançado há um ano com uma conversa entre os professores Clara Roland e Abel Barros Batista, numa troca epistolar que me agrada na literatura: ler cartas. É muito fascinante para mim, porque o que acontece com os clássicos é que nunca acabamos de ler esse livro, e em cada releitura descobrimos aspetos novos. E vou ler, ainda, a peça Édipo Rei, de Sófocles, para me sintonizar com uma viagem que vou fazer à Grécia.
Marina Costa Lobo
Politóloga e investigadora, 50 anos
Neste verão, levarei sobretudo livros de não ficção na mala de férias. Começo com perspetivas distintas sobre questões (pós)-coloniais: Transcolonial, de João Pina-Cabral (Imprensa de Ciências Sociais), e Direitos Humanos, de Francisco Bethencourt (Fundação Francisco Manuel dos Santos). Sobre o conflito na Europa, levo uma fotorreportagem de Cândida Pinto e de David Araújo, Ucrânia Insubmissa, e Ali Está o Taras Shevchenko com Um Tiro Na Cabeça – Diário da Ucrânia, de Ana França. Mas a ficção também não pode faltar: já comecei o primeiro livro de Martin Amis, The Rachel Papers (Os Papéis de Rachel) e comprei o mais recente Prémio Booker 2023, Time Shelter, do escritor búlgaro Georgi Gospodinov, para ler à sombra, na praia.
Filipa Leal
Escritora e argumentista, 44 anos
No programa Nada Será Como Dante [na RTP2, que apresenta com Pedro Lamares], passamos o ano a sugerir livros, por isso, para este verão, escolhi alguns que me foram indicados por amigos que são grandes leitores. Até porque ler um livro que maravilhou alguém de quem gostamos é uma forma de conhecermos melhor não apenas a obra, mas também os amigos. Destaco O Colibri, do italiano Sandro Veronesi. Foi um dos últimos de que me falou, encantado, o António Mega Ferreira. Ler este romance será uma maneira de me manter perto do António. O livro já foi adaptado para cinema e quero ver o filme depois, interessa-me muito “estudar” essa transição da obra literária para o ecrã. Outras sugestões de amigos persistentes no amor pelos seus autores que vou querer seguir: Lucy à Beira-Mar, de Elizabeth Strout; O Alegre Canto da Perdiz, de Paulina Chiziane; e Música para Aguardente, de Charles Bukowski. No campo da poesia, estarei entre Poemas Escolhidos, de Elizabeth Bishop, na tradução do poeta brasileiro Paulo Henriques Britto, e as cartas de amor de António José Forte, Só me Calarei para te Amar Mais, que encontrei por acaso na Feira do Livro de Barcelos.