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Assume Form é já o quarto álbum de James Blake. O músico inglês tem presença confirmada na edição deste ano do festival NOS Primavera Sound, no Porto (onde já atuou em 2013)
James Blake festejou os seus 30 anos em setembro de 2018. E entrou em 2019 com um estatuto e um currículo nada condizentes com a idade. A sua estreia discográfica, em 2011, não foi apenas a afirmação de um universo próprio, voz e estilo rapidamente reconhecíveis, uma impressão digital só sua – coisas cada vez mais difíceis de conseguir no mundo superpovoado da música popular. O músico londrino tornou-se, ainda, um dos artistas mais influentes num certo som deste século XXI. As suas armas? Lentidão, batidas eletrónicas envolventes, graves (nos dois sentidos da palavra), espaçadas, num downtempo melancólico que combinava bem com a voz. O mais próximo que tinha de um hit era a inspirada versão de Limit to Your Love, de Feist. Não passou despercebido. Alguns dos monstros da pop farejaram ali, imediatamente, aquela autenticidade e ar do tempo de que se alimentam… Não demorou muito até encontrarmos a marca de James Blake em nomes como Kanye West, Beyoncé, Frank Ocean, Kendrick Lamar, Jay Z.
Ser dono de um universo único e pessoal é, ao mesmo tempo, uma espécie de maldição. Estará James Blake condenado a ser, para sempre, esse James Blake? Este quarto álbum de originais (sucessor de The Colour in Anything, de 2016) revela alguma frescura e um caminho a ser feito. Já se olha para o lado de lá da melancolia, há canções de estrutura pop mais clássica, mais cores. A colaboração com André 3000 (ex-OutKast) é especialmente extrovertida (para o padrão de James Blake…) e orelhuda. Há, ainda, a voz de Rosalía (a cantora espanhola que, em 2018, conseguiu a proeza de levar o flamenco ao mundo dos hipsters e da eletrónica mais cool): “Un rayo cayó en tus ojos, y me partió el corazón…” A viver, agora, em Los Angeles, Califórnia, o jovem prodígio inglês é, definitivamente, do mundo.