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Quando uma banda especializada na nobre arte pop de fazer canções breves, com a ambição de as tornar memoráveis e poderosas, consegue criar uma gramática própria, lança-se numa provável história de triunfos e encerra- -se, ao mesmo tempo, numa espécie de prisão. Os dias super-rápidos que vivemos não lidam bem com a repetição, e uma banda pode passar de um ambiente de entusiasmo geral para a irrelevância se cometer o pecado de, aparentemente, estar sempre a fazer a mesma canção.
Estes rapazes de Glasgow conseguiram rapidamente, desde 2003, definir o seu som, feito da voz carismática de Alex Kapranos e de uma pop dançável com uma linha rítmica muito bem marcada (uma espécie de punk dos Clash transformado em pop do século XXI). A fórmula parecia estar a esgotar-se quando, em 2013, lançaram Right Thoughts, Right Words, Right Action, o quarto disco de estúdio. Seguiu-se uma colaboração com os velhinhos Sparks (FFS, com pormenores deliciosos mas sem agitar as águas). Neste regresso, há sangue novo: sai o fundador Nick McCarthy e entram, em guitarras e teclados, Julian Corrie e Dino Bardot. E isso nota-se. Always Ascending tem, afinal, o ingrediente fundamental nestas coisas da pop: entusiasmo. E, não, não é sempre a mesma cantiga. Slow Don’t Kill me Slow, a última faixa, por exemplo, mostra bem que os Franz Ferdinand ainda procuram novos caminhos, navegando aqui por águas que os levam a aproximar-se de canções dos Smiths ou dos Divine Comedy.
Ouça aqui Always Ascending, tema que dá nome ao novo álbum